Alvarenga Milton

CEO da GE é preso em operação contra fraude na Saúde do RJ

CEO da GE é preso em operação contra fraude na Saúde do RJ

Em: 4.jul.2018 às 6h53
Atualizado: 4.jul.2018 às 13h07
Por: Italo Nogueira
URL: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/07/operacao-da-policia-federal-mira-empresarios-do-setor-de-saude-no-rj.shtml

O CEO da General Eletric para a América Latina, Daurio Speranzini Junior, foi preso na Operação Ressonância, deflagrada na manhã desta quarta-feira (4) pela Polícia Federal.

A investigação é um desdobramento da Operação Fatura Exposta, que prendeu o ex-secretário de Saúde Sérgio Côrtes em abril de 2017. Ela aponta fraudes em licitações da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro e no Into (Instituto Nacional de Traumatologia) desde 1996.

O pedido de prisão contra Sperazini Junior cita principalmente fatos relacionados ao período em que foi CEO da Philips Medical no Brasil, até 2010. A Procuradoria afirma, contudo, que ele “permaneceu realizando as contratações espúrias com o poder público” após assumir o comando da GE no continente.

A GE não foi alvo de mandado de busca e apreensão.

Outra grande multinacional sob investigação é a Johnson & Johnson. O Ministério Público Federal chegou a pedir busca e apreensão na sede da companhia no país, mas ela não foi autorizada pela Justiça. ​

Há ainda um mandado de prisão contra outro executivo da Philips do Brasil à época dos fatos investigados: o gerente Frederik Knudsen.

Além da própria Philips, estão na mira dois executivos da Dixtal Biomédica, empresa adquirida pela multinacional holandesa no Brasil.

O Ministério Público Federal aponta como o responsável por “disseminar as práticas criminosas” na firma holandesa o ex-sócio da Dixtal Albert Holzhacker, também alvo de mandado de prisão.

Um dos alvos da operação é o empresário Miguel Iskin, que já havia sido preso na Fatura Exposta, e solto em dezembro por decisão do ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Ele é apontado como um organizador do cartel de pregões internacionais na pasta e no Into desde 1996.

De acordo com as investigações, Iskin cobrava um “pedágio” de 13% sobre os valores de contratos para fornecimento de próteses e órteses. A comissão cobrada para empresas internacionais chegava a 40%, segundo o Ministério Público Federal.

Grande parte das informações sobre a atuação da Philips no Brasil foi obtida por meio do depoimento de um ex-funcionário da companhia.

Ele era funcionário da Dixtal quando foi adquirida pela empresa holandesa. Segundo a Procuradoria, a testemunha relatou ao setor de compliance as fraudes organizadas por Iskin, sem que a empresa tomasse qualquer atitude para evitá-las.

“A conivência de executivos da Philips nas práticas criminosas restou evidenciada pela reação da empresa diante das denúncias, o que, à época, gerou apenas a intervenção administrativa da multinacional junto ao Ministério da Saúde para retirada do nome da sociedade do contrato firmado em decorrência da licitação, sem que fosse apontado o sobrepreço ao referido órgão ou rescindido o contrato firmado com a empresa Rizzi [representante comercial]”, afirma o MPF.

A testemunha acabou demitida da Dixtal e recontratado pela Philips num cargo de menor nível, segundo o MPF. A Procuradoria afirma ainda que Sperazini Junior foi demitido em 2010 “após investigação interna”.

O executivo foi contratado pela GE no ano seguinte como gerente-geral de sistemas de saúde. Foi promovido a vice-presidente comercial e executivo-chefe para a América Latina, antes de chegar ao posto de CEO no continente.

A Procuradoria afirma que Speranzini Junior é suspeito de ter ciência das fraudes em licitações praticadas por Iskin na Secretaria de Saúde do RJ já no período da GE. Contudo, há poucas informações sobre os fatos relacionados à empresa norte-americana.

Foram expedidos no total 22 mandados de prisão, sendo 9 preventivos e 13 temporários. Um dos presos é o atual diretor do Into, André Loyelo. Côrtes é alvo de um mandado de busca e apreensão –outros 42 são cumpridos no Rio de Janeiro, São Paulo, Paraíba, Minas Gerais e no Distrito Federal. Estão sob investigação 37 empresas.

Outro elemento da investigação é a delação premiada do ex-subsecretário de Saúde César Romero, que também originou a Fatura Exposta. Em depoimento, ele detalhou o cartel que foi adotado na Secretaria de Saúde. O colaborador mencionou 18 multinacionais do setor de saúde.

A investigação também tem participação do Cade (Conselho de Atividade de Defesa Econômica). Parte das provas foi fornecida por meio de acordo de leniência firmado pelo órgão.

OUTRO LADO
Em nota, a GE afirmou que a empresa não é alvo das investigações e que está à disposição para colaborar com as autoridades.

“A respeito da operação da Polícia Federal conduzida na manhã de hoje, que resultou na prisão temporária de Daurio Speranzini Jr., esclarecemos que as alegações são referentes ao período em que o executivo atuou na liderança de outra empresa”, diz o comunicado.

A Johnson & Johnson Medical Devices Brasil diz que segue rigorosamente as leis do país e está colaborando integralmente com as investigações em andamento.

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Procuradora será investigada a pedido de Mendes e Toffoli

Procuradora será investigada a pedido de Mendes e Toffoli

Por: Mônica Bergamo
Em: 4.jul.2018 às 12h47
url: https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2018/07/procuradora-sera-investigada-a-pedido-de-mendes-e-toffoli.shtml

Ela afirmou que magistrados do STF “ganham por fora” para beneficiar “companheiros”

A Corregedoria Nacional do Ministério Público instaurou reclamação disciplinar contra a procuradora Monique Cheker, do Rio de Janeiro.

A iniciativa visa investigar declarações feitas por ela, no Twitter, em que insinuava que ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) recebiam “por fora” para julgar a favor de “companheiros”.

“Não há limite. Vamos pensar: os caras [magistrados] são vitalícios, nunca serão responsabilizados via STF ou via Congresso e ganharão todos os meses o mesmo subsídio. Sem contar o que ganham por fora com os companheiros que beneficiam. Para quê ter vergonha na cara”, postou ela na segunda (2), em seu perfil na rede social.

No dia seguinte, Luiz Fernando Bandeira de Mello, conselheiro do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), enviou representação ao corregedor Orlando Rochadel para que fosse apurada “eventual infração disciplinar” contra a procuradora.

O ministro Gilmar Mendes também encaminhou a publicação de Monique Cheker ao corregedor, via mensagem instantânea de celular, pedindo providências “em nome próprio” e em nome do ministro Dias Toffoli.

Os magistrados postularam ainda “a adoção de medidas de cunho disciplinar para o esclarecimento da questão”.

Por escrito
Advogados devem recorrer a órgãos de controle contra o procurador do Tribunal de Contas da União (TCU) Júlio Marcelo de Oliveira por críticas que ele tem feito ao STF.

No Twitter ele afirmou que os ministros do STF Gilmar Mendes, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello “parecem sofrer quando um corrupto é preso”.

“O direito de expressão é também para criticar”, disse Oliveira à coluna. “Se um processo cai em uma turma, tem uma solução. Se cai em outra, vai ter desfecho diferente. Hoje o Supremo é fonte de insegurança jurídica.”

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Ranking das 20 maiores companhias aéreas do mundo em 2018

1º – American Airlines (EUA): 952 aviões
2º – Delta Airlines (EUA): 877 aviões
3º – United Airlines (EUA): 753 aviões
4º – Southwest Airlines (EUA): 716 aviões
5º – China Southern (China): 552 aviões
6º – China Eastern (China): 466 aviões
7º – Skywest (EUA): 456 aviões
8º – Ryanair (Irlanda): 442 aviões
9º – Air China (China): 407 aviões
10º – Federal Express (EUA): 405 aviões
11º – Latam (América do Sul): 308 aviões
12º – EasyJet (Reino Unido): 298 aviões
13º – Lufthansa (Alemanha): 293 aviões
14º – Turkish Airlines (Turquia): 276 aviões
15º – British Airlines (Reino Unido): 270 aviões
16º – Ana (Japão): 257 aviões
17º – Emirates Airlines (Emirados Árabes Unidos): 257 aviões
18º – JetBlue (EUA): 246 aviões
19º – UPS (EUA): 241 aviões
20º – Aeroflot (Rússia): 232 aviões

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Partidos pagam salários de até R$ 27 mil a presidentes e dirigentes

Partidos pagam salários de até R$ 27 mil a presidentes e dirigentes

Estadão
Por: Felipe Frazão e Thiago Faria
Em Brasília 14/06/201811h00
URL: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2018/06/14/partidos-pagam-salarios-de-ate-r-27-mil.htm

O pré-candidato à Presidência Ciro Gomes recebe remuneração de R$ 21,1 mil do PDT

Presidentes e dirigentes partidários recebem das legendas salários que chegam a R$ 27,5 mil por mês. Os dados constam nas prestações de conta dos partidos, referentes ao ano passado, enviadas à Justiça Eleitoral. Esse valor é superior, por exemplo, aos vencimentos de governadores, como o de São Paulo – R$ 22,3 mil por mês.

Levantamento feito pelo jornal “O Estado de S. Paulo” nas contas de 35 partidos aponta que 12 legendas pagaram vencimentos a seus dirigentes no ano passado que variaram entre R$ 27,5 mil – caso do nanico PRP – e R$ 4,1 mil, como o PCB (mais informações nesta página).

A remuneração dos dirigentes partidários é permitida, seja com dinheiro público – recebido por meio do Fundo Partidário – ou privado – arrecadado em doações externas e contribuições de filiados. Em abril, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reafirmou, por maioria de votos, que os dirigentes podem ser pagos com verbas do Fundo Partidário, sem que haja necessidade de comprovação das atividades desempenhadas nas siglas.

Por lei, a direção nacional dos partidos pode gastar com funcionários até 50% da parcela que recebe do Fundo Partidário. No caso de diretórios municipais e estaduais, o limite é maior: 60%. Ministros do TSE e a Procuradoria-Geral Eleitoral, porém, têm cobrado que os partidos estabeleçam critérios transparentes de remuneração, registrados em estatutos e normas internas.

Em geral, os partidos não remuneram dirigentes que ocupam concomitantemente outros cargos eletivos. Não há nas prestações de contas registros de pagamentos para os presidentes do PSDB, o pré-candidato ao Planalto e ex-governador Geraldo Alckmin; do PT, a senadora Gleisi Hoffmann (PR); do PCdoB, a deputada Luciana Santos (PE); do DEM, o prefeito de Salvador, ACM Neto; e do MDB, o senador Romero Jucá (RR).
O PSD também não registra repasses a seu presidente licenciado, Gilberto Kassab, atual ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações. Integrantes da cúpula do partido que não possuem outros cargos são destinatários de parcelas, como a coordenadora do PSD Mulher, a ex-vice-prefeita de São Paulo Alda Marco Antônio (R$ 25 mil).

Depois do PRP, o PV é o partido que pagou o maior valor – R$ 26 mil ao ex-deputado José Luiz Penna, presidente nacional da legenda. Penna não foi localizado nesta quarta-feira, 13.

O presidente do PSB, Carlos Siqueira, que recebe até hoje R$ 25 mil, considera o valor “razoável” e pondera que poucas pessoas da Executiva Nacional recebem salário, arbitrado pela própria direção. “A remuneração é para quem tem dedicação exclusiva. Por um período longo em que eu era dirigente e advogava, não recebia. Não tenho emprego público e, hoje, não me sobra tempo, fica impossível eu me dedicar à minha profissão, que rendia muitíssimo mais”, disse Siqueira.

O presidente do PDT, Carlos Lupi, confirmou receber os recursos. “O valor serve para cobrir diversas despesas, almoço, jantar, táxi e etc.” Lupi recebe R$ 12 mil do PDT, menos que o vice-presidente da legenda e pré-candidato à Presidência da República, Ciro Gomes, cuja remuneração é de R$ 21,1 mil. Ambos aparecem no balanço do partido como prestadores de serviço técnico-profissional e não na folha de pessoal.

Alvo da Operação Registro Espúrio, que investiga irregularidades no Ministério do Trabalho, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, recebeu parcelas de R$ 23 mil ao longo do ano passado. Procurado, Jefferson não respondeu aos questionamentos feitos pela reportagem. As informações são do jornal “O Estado de S. Paulo”.

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Ex-presidente do PSC é investigado por pagar prostitutas com dinheiro do fundo partidário; ouça o áudio

Ex-presidente do PSC é investigado por pagar prostitutas com dinheiro do fundo partidário; ouça o áudio

Em: 07/06/18 14:39
Por: https://extra.globo.com/noticias/brasil/ex-presidente-do-psc-investigado-por-pagar-prostitutas-com-dinheiro-do-fundo-partidario-ouca-audio-22754382.html?sdsdsd

O ex-presidente nacional e fundador do Partido Social Cristão (PSC) Vitor Jorge Abdala Nósseis é alvo de um inquérito, em andamento no Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG), que apura a destinação de recursos da Fundação Instituto Pedro Aleixo (Fipa), vinculada à sigla e financiada pelo fundo partidário, para pagar prostitutas. No ano passado, o próprio PSC entregou ao MP do estado e à Polícia Federal uma gravação em que, segundo o partido, o ex-presidente afirma ter usado recursos da entidade para “comer putas”.

O áudio foi obtido pelo EXTRA na prestação de contas do PSC referente a 2017 enviada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e divulgada nesta quarta-feira no site da Corte. Desde o ano passado, a fundação não tem mais ligações com o PSC. Segundo o partido, Nósseis foi expulso no fim de 2017.

“Eu tô vendo uma fofoca. Diz que eu dei dinheiro, né? Eu dei dinheiro da fundação para comer as puta… Conversa dela. Falei assim: Dei mesmo, e comi. Qual o problema? E agora? Vai fazer o que comigo? Dei, mas elas se formaram. Recuperei elas todas pra vida”, ouve-se na gravação, em que também são citados os nomes de “Samanta” e “Keila”: “Cê vê, a Samanta é uma mesmo. A Keila é outra. Tem umas três lá na Europa. Já viraram, tudo virou gente. Formaram-se, tem mais de vinte”, complementa.

Questionado se a publicação de processos e provas é uma ação comum nas prestações de contas dos partidos, o TSE informou que “não comenta antecipadamente questões que, no futuro, podem ser trazidas à sua jurisdição”.

Localizada em Belo Horizonte e criada em 2009, a fundação desenvolve projetos institucionais de cunho político, social, educativo e cultural. O MP de Minas investiga se houve celebração de contratos, repasses de verbas, concessão de bolsas ou outros benefícios a alguma “Samantha” ou “Keila”. Segundo o estatuto do PSC, a fundação era responsável pela aplicação de 20% do total dos recursos do fundo partidário destinados à sigla, cerca de R$ 3 milhões em 2017.

Segundo despacho do promotor Marcelo Oliveira Costa, da 21ª Promotoria Judicial de Tutela de Fundações, Vitor Nósseis afirmou em depoimento que não se recorda do diálogo e que “não se pode levar em consideração uma conversa informal, descontraída”.

Em nota ao EXTRA, o ex-presidente do partido sustentou que a gravação é “clandestina e apócrifa” e que foi manipulada a pedido do pastor Everaldo, atual presidente do PSC, em função de denúncias que apresentou contra ele e a sigla a partir de 2015. Já a defesa do partido informa que recebeu o áudio por meio de uma denúncia anônima.

Vitor Nósseis fundou o PSC e foi presidente da sigla entre 1985 e 2015, quando assumiu o cargo de presidente de honra. Advogado, tentou se eleger para um cargo político apenas uma vez, nas eleições presidenciais de 1994 como vice de Hernani Goulart Fortuna. A chapa ficou em último lugar no pleito eleitoral, com apenas 0,26% dos votos válidos.

IRREGULARIDADES NA FUNDAÇÃO

Desde 2014, o TSE determina que as prestações de contas dos partidos devem trazer também as das fundações mantidas pelas legendas. Já em 2015, o PSC teve problemas na divulgação dos gastos por conta da falta de documentação da Fipa, que não foi enviada dentro do prazo. Em março de 2017, a ministra Rosa Weber, do TSE, atendeu a um pedido do próprio PSC e determinou a suspensão dos repasses à instituição.

Em abril deste ano, a legenda enviou uma notificação extrajudicial à fundação. O prazo para o envio da prestação de contas era o dia 30 daquele mês. Como presidente do instituto, Nósseis respondeu que “diante da manifestação da própria comissão executiva nacional do Partido Social Cristão em extinguir o vínculo jurídico com a Fundação Instituto Pedro Aleixo, não lhe assiste nenhuma titularidade para estabelecer prazos, sejam eles quais forem, até decisão final da Justiça”.

DENÚNCIAS CONTRA O PARTIDO

Em 2016, Nósseis enviou uma petição ao TSE para que fosse realizada uma auditoria externa para investigar a prestação de contas do PSC. O ex-presidente do partido solicitou ainda o afastamento imediato de Everaldo e de outros dirigentes da sigla, acusando-os de corrupção e mau uso do dinheiro público. Em fevereiro de 2018, o pedido teve parecer favorável do Ministério Público Eleitoral e, em maio, foi encaminhado para a Assessoria de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias (Asepa), em despacho do ministro Luís Roberto Barroso.

Também em maio, o Pastor Everaldo e outros dois membros do partido, Adolfo Lúcio de Oliveira Fernandes e Denise Assumpção Fernandes, decidiram processar o ex-presidente, por crimes de calúnia, injúria e difamação.

Nósseis entrou na Justiça contra o PSC pela primeira vez em 29 de setembro de 2015, questionando a convenção do partido realizada em julho do mesmo ano, que decidiu pela saída dele do cargo de presidente. O processo correu na 25ª Vara Cívil de Brasília até 20 de junho de 2017, quando foi arquivado.

Na decisão, a relatora do caso, desembargadora Simone Lucindo, argumenta que o ex-presidente participou da convenção, aceitou o cargo de presidente de honra e que inclusive indicou nomes de seu grupo para compor a nova chapa da direção. Ela contesta ainda que, assim como prevê o estatuto do partido, havia mais de 60% dos membros do diretório nacional no evento. Assim, defende que “não se revela adequado que venha a juízo negar o posicionamento exarado no acordo convencional”.

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Polícia prende ex-piloto de Perrela em ação contra o tráfico na Grande SP

Polícia prende ex-piloto de Perrela em ação contra o tráfico na Grande SP

26.abr.2018 às 0h06
Atualizado: 26.abr.2018 às 18h28
URL: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/04/policia-prende-3-pilotos-e-apreende-helicoptero-em-apuracao-de-trafico-em-sp.shtml

Suspeito já havia sido preso transportando 450 kg de drogas em 2013

SÃO PAULO
​A Polícia Civil apreendeu nesta quarta-feira (25), em Arujá, na região metropolitana de São Paulo, um helicóptero que, segundo investigações, seria usado para traficar drogas. Três pilotos também foram presos.

O helicóptero era buscado pela polícia desde janeiro e foi localizado em uma oficina no bairro Jardim Fazenda Rincão.

Ele estava sem os bancos e não tinha drogas, mas, segundo a polícia, foram encontrados vestígios de cocaína. O laudo que confirmará a presença de droga, no entanto, ainda deverá ser feito pelo Instituto de Criminalística.

Três pilotos que estavam na oficina foram detidos e, no final da noite, ainda estavam sendo autuados por organização criminosa na Dise (Delegacia de Investigação sobre Entorpecentes) de São Bernardo do Campo, também na região metropolitana.

Entre os detidos está Rogério Almeida Antunes, preso em 2013, no Espírito Santo, sob suspeita de transportar quase 450 kg de cocaína no helicóptero da empresa Limeira Agropecuária, do então deputado estadual mineiro Gustavo Perrela.

Segundo a polícia, os outros dois pilotos não tinham ficha criminal.

Nesta quinta (26), no entanto, os três passaram por audiência de custódia e tiveram a prisão em flagrante alterada para prisão preventiva (sem prazo para terminar).

FAMÍLIA PERRELLA
A Polícia Federal descartou participação da família Perrella no transporte de droga realizado em 2013. O piloto Rogério Antunes era funcionário de confiança dos Perrella, e ocupava um cargo de confiança na Assembleia Legislativa de Minas Gerais por indicação de Gustavo Perrella.

De acordo com a Procuradoria, ele receberia R$ 50 mil pelo traslado da pasta base de cocaína, trazida do Paraguai. Embora os Perrella não tenham sido apontados como responsáveis, a Justiça Federal determinou a apreensão do helicóptero, para uso do estado do Espírito Santo e da Polícia Federal.

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CNJ dá pena máxima a seis entre cada dez juízes que pune: a aposentadoria forçada. Nenhum foi exonerado

CNJ dá pena máxima a seis entre cada dez juízes que pune: a aposentadoria forçada. Nenhum foi exonerado

POR JOELMA PEREIRA
Em: 22/05/2018 08:00
URL: http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/noticiascnj-%E2%80%9Cpuniu%E2%80%9D-com-aposentadoria-62-dos-cem-juizes-processados-em-13-anos-do-orgao/

Criado em 2005 como órgão de controle da atuação administrativa e financeira do Judiciário, bem como do cumprimento dos deveres funcionais dos magistrados, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) puniu ao menos 100 juízes e desembargadores por atos ilegais praticados durante o exercício da magistratura. As irregularidades constatadas vão desde a venda de sentenças judiciais até a negligência na condução de processos, entre outras violações ao Código de Ética da Magistratura.

Em 13 anos, seis em cada dez juízes (62%) foram punidos com a pena máxima, a aposentadoria compulsória, que nada mais é do que se aposentar antes de cumprir o tempo de serviço, com os devidos rendimentos assegurados de forma vitalícia e integral. Além dos 62 aposentados, 6 receberam advertência, 14 foram censurados, 6 sofreram remoção compulsória e 12 foram postos em disponibilidade.

Não houve registro de exoneração nos cem processos. O quadro mostra que as penalidades aplicadas nem de longe se assemelham às sanções sofridas por um servidor público ou funcionário de empresa privada, por exemplo, que pratica ato ilegal no ambiente de trabalho ou em função do cargo exercido.

Punições

Em novembro do ano passado, o conselho determinou a aposentadoria compulsória do desembargador Vulmar de Araújo Coêlho Júnior e do juiz trabalhista Domingos Sávio Gomes dos Santos, ambos do Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região, em Porto Velho (RO).

Segundo a acusação, o desembargador, à época corregedor do tribunal, foi punido por deslocar uma ação trabalhista da 2ª para a 7ª Vara, unidade em que o juiz Domingos Sávio atuava, com o intuito de manter o controle da ação calculada em mais de R$ 5 bilhões, com objetivo de satisfazer interesse pessoal. Além disso, conforme a denúncia, Vulmar e Domingos fizeram ameaças à integridade física de outros juízes e de uma servidora.

Também de Rondônia e da Justiça trabalhista, a juíza Isabel Carla de Mello Moura Piacentini foi aposentada compulsoriamente por pagamentos irregulares de precatórios. No tribunal, até setembro de 2017, de acordo com dados do CNJ, existiam 36 processos administrativos disciplinares (PADs) em tramitação. O órgão, no entanto, não detalhou as acusações apontadas em cada caso. Dos 16 juízes, desembargadores e servidores do Judiciário julgados em 2017, nove foram punidos com aposentadoria compulsória.

Casos em andamento

Ainda não estão contabilizados pelo CNJ os processos abertos contra o juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, e contra a desembargadora Marília Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ). Marília postou texto no Facebook em que chamou a vereadora Marielle Franco, executada a tiros no dia 14 de março, de “cadáver comum” e a acusou de engajamento com bandidos. A juíza também fez postagem com críticas a uma professora com Síndrome de Down.

“O que será que essa professora ensina a quem???? Esperem um momento que eu fui ali me matar e já volto, tá?”, diz um trecho da mensagem. Neste último caso, o corregedor nacional de Justiça, ministro João Otávio de Noronha, determinou a abertura de pedido de providências e será concedido prazo para que a desembargadora se manifeste a respeito.

No caso de Moro, o CNJ começou a julgar no último mês o processo interno que apura eventual cometimento de crimes contra a Constituição. O caso em questão remete aos últimos instantes do governo Dilma Rousseff, quando o impeachment avançava e a petista, em estratégia política, indicou o ex-presidente Lula para a Casa Civil. Às vésperas da posse, Moro tornou públicos, em 16 de março de 2016, áudios do diálogo ao telefone em que Lula e Dilma conversam sobre o documento de nomeação. A gravação, porém, foi feita após o prazo legal determinado pela própria Justiça. A nomeação do ex-presidente acabou barrada.

Em outubro do ano passado, o CNJ decidiu investigar a conduta dos juízes André Nicolitt, Simone Nacif, Cristiana Cordeiro e Rubens Casara por, em 2016, terem manifestado opinião contrária ao impeachment de Dilma em ato público realizado na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Na ocasião, a presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, afirmou que liberdade de expressão exige responsabilidade por parte dos juízes. “São limites que a vida nos impõe para que tenhamos um marco civilizatório, uma vida em sociedade”, justificou a magistrada.

Grau das penas aplicadas

As punições variam por graduação e uma advertência ou censura, por exemplo, implicam o impedimento à promoção do magistrado por merecimento. A advertência é aplicada ao magistrado que for negligente no cumprimento dos deveres do cargo. A pena será de censura, caso a infração não justifique punição mais grave, na hipótese de reiteração e se for realizado procedimento incorreto. A resolução estabelece, ainda, que magistrado de qualquer grau poderá ser removido compulsoriamente, por interesse público, do órgão em que atue para outro.

De acordo com a norma do CNJ, o magistrado será posto em disponibilidade ou, se não for vitalício, demitido por interesse público, quando a gravidade das faltas não justificar a aplicação de pena de censura ou remoção compulsória. Também por interesse público, o magistrado será aposentado compulsoriamente quando for manifestamente negligente no cumprimento de seus deveres; se proceder de forma incompatível com a dignidade, a honra e o decoro de suas funções, ou se demonstrar insuficiente capacidade de trabalho ou comportamento funcional incompatível com o bom desempenho das atividades do Poder Judiciário.

No caso dos desembargadores (que atuam na segunda instância) só podem ser aplicadas a remoção compulsória, a disponibilidade e a aposentadoria compulsória. Já para os juízes de primeiro grau podem ser aplicadas todas as penas.

Para o advogado Antonio Rodrigo, conselheiro da OAB-DF com atuação nas áreas constitucional e penal, a pena aplicada aos agentes da magistratura é “totalmente diferente e desproporcional de tudo aquilo que o conjunto de servidores em geral pode sofrer”. No caso de um servidor que comete ilícito contra a administração pública, a demissão pode ocorrer por meio de ação penal, ação de improbidade ou de uma ação administrativa disciplinar.

Já no caso de um juiz, administrativamente, o CNJ e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) têm como pena máxima a integrantes a aposentadoria compulsória, com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço. Para ser demitido e perder a aposentadoria, é necessário que o juiz seja condenado criminalmente, com processo transitado em julgado.

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PF vê “indícios muito claros” de que dinheiro do narcotráfico foi para políticos corruptos

PF vê “indícios muito claros” de que dinheiro do narcotráfico foi para políticos corruptos

Por: Leandro Prazeres
Em: Do UOL, em Brasília 15/05/201811h26
URL: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2018/05/15/dinheiro-do-trafico-pode-ter-ido-parar-nas-maos-de-politicos-corruptos-diz-pf.htm


Agentes da PF cumprem mandado de busca e apreensão da Operação Efeito Dominó

O delegado da Polícia Federal responsável pela Operação Efeito Dominó, Roberto Biasoli, disse nesta terça-feira (15) que há indícios de que dinheiro oriundo do narcotráfico tenha sido entregue a políticos e agentes públicos corruptos investigados pela Operação Lava Jato. “Há indícios de um vínculo muito claro do dinheiro do narcotráfico, em espécie, indo parar nas mãos de políticos”, afirmou Biasoli.

A Operação Efeito Dominó foi deflagrada nesta terça-feira e prendeu oito pessoas, entre elas dois doleiros que atuavam para o narcotraficante Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, conhecido também como o “embaixador do tráfico”. Ele é apontado pela PF como o maior traficante de drogas do Brasil e um dos maiores do mundo.

O vínculo entre o narcotráfico e as investigações da Operação Lava Jato é o doleiro Carlos Alexandre Souza Rocha, o Ceará. Em 2015, ele firmou um acordo de colaboração premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República) que foi homologado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

No acordo, Ceará afirma que trabalhava para o doleiro Alberto Youssef como entregador de valores e mencionou repasses de dinheiro em espécie direcionados a diversos políticos como os senadores Fernando Collor de Melo (PTC-AL), Renan Calheiros (MDB-AL) e Aécio Neves (PSDB-MG). Os repasses teriam sido ordenados por empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato.

Biasoli diz que há indícios de que Ceará trabalhava como doleiro tanto para o narcotráfico quanto para o esquema investigado pela Operação Lava Jato. A suspeita é de que dinheiro recebido por Ceará oriundo do tráfico de drogas era depois repassado a políticos e agentes públicos.
De acordo com o delegado, há indícios de que Ceará prestou serviços financeiros ilegais a Cabeça Branca em 2016, período posterior à homologação do seu acordo de colaboração premiada.

Lava Jato
Biasoli afirma que, durante seus depoimentos à Operação Lava Jato, Ceará havia dito que ele seria atrativo a Youssef por ter acesso a dinheiro em espécie oriundo da venda de relógios e vinhos. O delegado diz acreditar que, na realidade, a liquidez à qual Ceará tinha acesso era resultado da sua atuação junto ao tráfico de drogas.

“Sistema de compensação”

Igor Romário de Paula, delegado regional de Combate ao Crime Organizado da PF no Paraná, afirma que os doleiros atuam como se fossem uma espécie de câmara de compensação bancária e que o dinheiro oriundo de uma atividade criminosa pode ser repassado a outro cliente que atue em outro ramo do crime.

O delegado disse que, na maioria das vezes, os “clientes” dos doleiros não sabem a origem do dinheiro que estão recebendo. Não há indícios, segundo a PF, de que as empreiteiras ou os políticos investigados pela Operação Lava Jato soubesse que o dinheiro operacionalizado pelos doleiros tinha origem no narcotráfico.

Em geral, doleiros usam dinheiro em espécie para realizar transações financeiras ilegais sem que as autoridades tenham conhecimento. Nesse meio, segundo a polícia, ter acesso a esses recursos com facilidade (liquidez) é extremamente valorizado.

“Ele (Ceará) atende a diversos tipos de clientes, mas não há, necessariamente, uma vinculação entre eles. A atuação do que a gente chama de doleiro é um sistema de compensação”, afirmou o delegado.

Biasoli disse que a prisão de Ceará será comunicada ao juiz da 13ª Vara Federal da Justiça Federal do Paraná, Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, à PGR e ao STF.

Por ter, segundo a PF, continuado a atuar como doleiro, Ceará corre o risco de perder os benefícios que conseguiu ao firmar o acordo de delação premiada.

Quem é Cabeça Branca
Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, é apontado pela PF como o maior traficante de drogas do Brasil e um dos maiores do mundo. Ele foi preso pela Polícia Federal em julho de 2017 durante a primeira fase da Operação Spectrum.

Planilhas encontradas durante esta fase indicam que entre 2014 e 2017 ele tenha comercializado 27 toneladas de cocaína e movimentado pelo menos US$ 138 milhões. Em depoimentos à PF, ele admitiu seu envolvimento com o tráfico internacional de drogas.

Cabeça Branca está preso na penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

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Posted by Alvarenga Milton in History
1.098 imóveis ociosos em SP ignoram alerta e ficam sujeitos a IPTU mais caro

1.098 imóveis ociosos em SP ignoram alerta e ficam sujeitos a IPTU mais caro

Número representa 85% dos endereços vazios já notificados pela prefeitura.

Da esquina das avenidas Ipiranga e São João, no centro de São Paulo, dá para ver as janelas empoeiradas do edifício Independência. Os espaços vazios na fachada onde deveriam estar instalados aparelhos de ar-condicionado e uma placa de aço escondendo o hall de entrada se somam às pistas de que o prédio de escritórios, tombado pela prefeitura, está desocupado há muito tempo.

Os 13 andares da construção que fica na esquina famosa fazem parte da lista de 1.098 imóveis ociosos na cidade de São Paulo cujos donos ignoraram o alerta da prefeitura para viabilizar a ocupação e, por isso, estão sujeitos a pagar IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) mais caro.

O número representa 85% dos endereços notificados pelo poder público por estarem vazios —​condição para aumentar a quantia do imposto que eles já pagavam antes.

No caso do edifício Independência, o aviso da prefeitura veio em janeiro de 2016.

Passados mais de dois anos, os proprietários ainda não deram destino aos conjuntos comerciais, distantes 500 metros do prédio invadido por sem-teto que desmoronou após incêndio no último dia 1º no largo do Paissandu. A tragédia escancarou o déficit habitacional da cidade, que demanda a criação de 358 mil moradias.

Casos como o do prédio vazio na esquina da Ipiranga com a São João estão enquadrados pelo Estatuto da Cidade, lei federal que desde 2001 regula o uso da propriedade.

O IPTU progressivo, que prevê percentuais crescentes no imposto a cada ano acumulado de ociosidade, é o mecanismo usado pelas prefeituras para onerar os donos de imóveis vazios e inibir a especulação imobiliária em áreas com infraestrutura consolidada.

Por enquanto, além de São Paulo, apenas outras sete cidades brasileiras aplicaram o IPTU progressivo, sendo que em apenas duas —​Maringá (PR) e São Bernardo do Campo (SP)—​​​ o mecanismo não sofreu descontinuidade.

Na capital paulista, o IPTU progressivo começou a ser cobrado em 2016. De acordo com a prefeitura, até dezembro do ano passado, apenas 94 imóveis notificados tinham cumprido integralmente as obrigações —​​nem 10% do total.

De dois anos para cá, a receita da cidade com o IPTU progressivo foi de R$ 30 milhões. A arrecadação anual da prefeitura com esse imposto de propriedade de todos os contribuintes passa de R$ 8 bilhões —​ ​​num total de 1,5 milhão de edificações, sem individualizar apartamentos de prédios.

Além da baixa adesão dos donos de imóveis vazios para ocupá-los, o incentivo à função social das edificações, previsto na Constituição, sofreu um revés na gestão João Doria (PSDB), sucedido em abril por Bruno Covas (PSDB).

O número de endereços ociosos notificados em 2017 (58) teve queda brusca em relação à gestão Fernando Haddad (PT) —​mais de 500 em cada um dos dois últimos anos do mandato. Em 2018, apenas cinco novos imóveis passaram a constar na lista.

Grande maioria dos imóveis registrados como ociosos em 13.abr.2018 foi notificada na gestão Haddad*.

Número de imóveis com IPTU progressivo cresceu em 2017, como reflexo das notificações em 2015 e 2016*

Para explicar a queda, a Secretaria de Urbanismo e Licenciamento afirma que vem aprimorando a metodologia e os critérios de aplicação das alíquotas extras no IPTU.

“O número absoluto de imóveis ociosos parece absurdo no universo de uma cidade como São Paulo. Se procurar, vai achar bem mais”, diz Marcelo Tapai, advogado especialista em direito imobiliário.

Assim como a esquina das avenidas Ipiranga e São João, endereços no centro concentram a maior quantidade de imóveis sem uso na capital.

A maioria é de prédios comerciais que perderam condôminos para endereços mais modernos, como os da região da Berrini e arredores.

Depois da Sé, Mooca e Ipiranga foram as prefeituras regionais com mais notificações nesse período.

Com a baixa procura, os preços dos aluguéis despencaram e, em muitos casos, ficou mais vantajoso economicamente manter os prédios fechados. Outra alternativa comum foi transformá-los em estacionamentos.

“Muitos proprietários notificados deixam de pagar imposto progressivo por apostarem em indenização por desapropriação pelo poder público ou em anistia da dívida tributária”, diz Dânia Brajato, pesquisadora do Laboratório de Estudos e Projetos Urbanos e Regionais da UFABC (Universidade Federal do ABC).

Há poucos casos em que a notificação de ociosidade é revertida em uso adequado do imóvel. Um edifício-garagem na rua Rego Freitas, por exemplo, notificado como ocioso em julho de 2015, foi transformado recentemente em centro cultural e também passou a abrigar escritórios.

Outros têm passado por reformas para virarem endereços residenciais. Mesmo assim, de acordo com a pesquisadora Dânia, a própria lógica do mercado imobiliário representa mais um entrave para tornar efetivo o uso de imóveis vazios na cidade, principalmente na região central.

“Os mesmos proprietários concentram muitos imóveis e não faz diferença para os negócios ter um ou dois deles fechados”, afirma.

O edifício Independência, por exemplo, pertence ao grupo imobiliário Savoy, que detém cerca de 400 imóveis na cidade. Ao menos 113 estão na região central, como salas comerciais na rua Boa Vista e na av. São João, além de cerca de 200 escritórios e vagas de garagem no Conjunto Nacional. A empresa também administra os shoppings Interlagos, Aricanduva e Central Plaza.

O grupo tentou reverter na Justiça a cobrança da alíquota extra no IPTU por causa da ociosidade dos conjuntos comerciais do edifício Independência, mas teve o pedido negado em outubro. O grupo Savoy foi procurado pela reportagem, mas não respondeu aos pedidos de entrevista.

A sobretaxa na cobrança do IPTU de imóveis vazios, no entanto, não teria evitado pelo menos diretamente a ocupação irregular do prédio que caiu no largo do Paissandu.

O edifício pertencia à União e nenhum órgão público, com exceção das autarquias, pode ser cobrado a pagar tributos. “O poder público tem uma grande responsabilidade na questão dos imóveis ociosos por deixar muitos endereços abandonados e, ao mesmo tempo, pagar aluguéis altíssimos”, diz o advogado Tapai.

Apesar de não combater diretamente o déficit habitacional, há exemplos de como a aplicação do IPTU progressivo pode ser revertida em moradias populares. Em Santo André, no ABC paulista, em 2015, a prefeitura conseguiu criar um pequeno banco de imóveis, formado por proprietários notificados que preferiram ceder os imóveis ociosos.

As propriedades desoneraram a construção de moradias pelo Minha Casa Minha Vida. “Quando o dinheiro chegou, já tinha parte dos terrenos, o que facilitou as construções”, afirma Dânia.

COMO FUNCIONA O IPTU PROGRESSIVO EM SÃO PAULO

O que é
Aumento no IPTU cobrado de proprietários de imóveis ociosos. Prevista no Plano Diretor de 2014, medida visa dificultar a especulação imobiliária e incentivar a ocupação das propriedades.

Como funciona

  1. Terrenos vazios (com mais de 500 m²), subutilizados (com construções abaixo do permitido) ou imóveis não utilizados (com menos de 60% de ocupação) recebem comunicado da prefeitura
  2. O dono tem um ano para indicar como vai ocupar o imóvel
  3. Se não fizer isso, proprietário é notificado e, após ter recursos cabíveis negados, passa a pagar IPTU progressivo:
  4. Mais 2% no primeiro ano
  5. Mais 4% no segundo ano
  6. Mais 8% no terceiro ano
  7. Mais 15% no quarto e quinto ano
  8. Depois de 5 anos, o imóvel pode ser desapropriado pela prefeitura
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Posted by Alvarenga Milton in Poverty induction system