Economics

Inspeção de frigoríficos será feita por funcionários de empresa credenciada

Inspeção de frigoríficos será feita por funcionários de empresa credenciada

Do UOL, em São Paulo
Em: 21/12/2018 15h35
URL: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2018/12/21/temer-decreto-contratacao-inspecao-frigorificos.htm

O presidente Michel Temer assinou um decreto que altera a maneira de contratação dos trabalhadores de frigoríficos ligados à fiscalização dos estabelecimentos e dos produtos.

Pelo Decreto 9.621, publicado nesta sexta-feira (21) no Diário Oficial da União, os funcionários que trabalham nas linhas de produção dos frigoríficos auxiliando a inspeção deixarão de ser pagos pelas empresas a que atendem. A partir da regulamentação do decreto, a contração desses funcionários deverá ser feita por meio de empresa credenciada pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

A regulamentação, ainda sem previsão, será responsável por definir os meios e critérios para credenciamento e descredenciamento das empresas participantes.

Na estimativa do Mapa, é uma medida que atinge cerca de 13 mil trabalhadores. O decreto altera o artigo 73 da lei que regulamento o setor (Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal – Riispoa) e, segundo o ministério, passa a seguir padrões semelhantes aos praticados na União Europeia. A regra atual, afirmou o órgão em comunicado, vigorava há mais de 100 anos.

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UE aprova regra que proíbe plásticos descartáveis, como copos e canudinhos

EM: 19/12/2018 08h46
URL: https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/deutschewelle/2018/12/19/ue-aprova-regra-que-proibe-plasticos-descartaveis-como-copos-e-canudinhos.htm

Espera-se que a medida, uma vez aprovada pelo Parlamento Europeu e os países-membros, entre em vigor em dois anos. Decisão deve impactar indústria que movimenta 340 bilhões de euros e mudar hábitos dos europeus.

Um plano de regulamentação da União Europeia (UE) para proibir produtos plásticos descartáveis, como pratos descartáveis e canudos, foi aprovado em Bruxelas nesta quarta-feira (19). Espera-se que a medida, uma vez aprovada pelo Parlamento Europeu e os países-membros, entre em vigor em dois anos.

A ministra de Turismo e Sustentabilidade da Áustria, Elisabeth Koestinger, anunciou o acordo político em seu Twitter e descreveu o momento como “um marco nos esforços para reduzir o lixo plástico”. A Áustria detém atualmente a presidência rotativa da União Europeia.

O acordo provisório foi negociado por representantes dos Estados-membros e do Parlamento Europeu. A proibição deve entrar em vigor em dois anos e visa ajudar a conter as quantidades astronômicas de lixo plástico que acabam por poluir o meio ambiente e os oceanos. Inicialmente, a proibição afetará somente objetos para os quais existem alternativas melhores.

Em maio, a Comissão Europeia propôs regras em toda a União Europeia para eliminar itens plásticos descartáveis para os quais existem alternativas feitas de outros materiais prontamente disponíveis. Bruxelas propôs também medidas para reduzir o uso de itens como recipientes de plástico para levar comidas de estabelecimentos.

A Comissão Europeia argumentou na época que 80% dos resíduos encontrados nos mares são de plástico. Ela também constatou que pouco menos de um terço dos resíduos plásticos é coletado e reciclado, e a maior parte dos resíduos restantes acaba nos mares e oceanos.

Devido a sua lenta decomposição, os plásticos representam um problema particular para os oceanos. Traços de plásticos podem ser encontrados em espécies como baleias, tartarugas e aves, além de frutos do mar que acabam na cadeia alimentar humana. Segundo dados oficiais sobre 2015, a indústria de plásticos movimenta 340 bilhões de euros e emprega 1,5 milhão de trabalhadores.

Com as medidas, a Comissão Europeia projeta reduzir as emissões de dióxido de carbono em 3,4 milhões de toneladas. Segundo cálculos, danos ambientais no valor de 22 bilhões de euros podem ser evitados até 2030. E os consumidores poderiam economizar até 6,5 bilhões de euros.

A ofensiva de Bruxelas contra a produção de lixo descartável deve atingir também a indústria tabagista, num futuro próximo. Os produtores de cigarros podem ser solicitados a participar do custeio da limpeza e coleta de guimbas de cigarro.

“Quem produz itens descartáveis, como cigarros, terá que assumir maior responsabilidade pelo lixo”, disse a ministra do Meio Ambiente da Alemanha, Svenja Schulze. “Por exemplo, a indústria do tabaco poderia ser envolvida no custo de limpeza de praias ou parques.”

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Banco Inter vai pagar R$ 1,5 milhão por vazamento de dados de clientes

Por: Bruna Souza Cruz
Do UOL, em São Paulo
EM: 19/12/2018 10h41
URL: https://noticias.uol.com.br/tecnologia/noticias/redacao/2018/12/19/banco-inter-tera-que-pagar-r-15-milhao-por-vazamento-de-dados.htm

O Banco Inter, primeiro a ser totalmente digital no Brasil, fechou um acordo com o MPDFT (Ministério Público do Distrito Federal e Territórios) nessa terça-feira (18) e pagará R$ 1,5 milhão para instituições de caridade e de combate a crimes cibernéticos.

Em julho deste ano, o MP abriu uma ação civil pública contra a instituição bancária após o vazamento de dados de mais de 19 mil correntistas.

O órgão do Distrito Federal ficará encarregado de indicar as instituições públicas de combate a crimes virtuais que receberão juntas o total de R$ 1 milhão. As transferências deverão ocorrer até 31 de julho de 2019.

Os outros R$ 500 mil terão obrigatoriamente que ir para a caridade até o dia 30 de janeiro do próximo ano.

O caso ganhou se tornou público em maio. Três dias depois de começar a negociar a suas ações na Bolsa de Valores, o Banco confirmou que havia sido alvo de uma tentativa de extorsão feita por hackers.

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Apesar disso, a instituição bancária só revelou em agosto que os dados de seus clientes haviam realmente vazado.

Segundo o Inter, a exposição das informações dos correntistas foi de “baixo impacto”, mas o caso ainda segue sendo investigado pela Justiça de Brasília (o processo corre em sigilo) e pela Comissão de Valores Mobiliários.

Antes do acordo, o MPDFT havia pedido uma indenização por danos morais de R$ 10 milhões como pena.

O Banco Inter é controlado pelos donos da construtora MRV. No final de janeiro, a instituição financeira registrava 435 mil correntistas. Ela se tornou popular por ser 100% digital e porque não cobrar para abrir contas, fazer transferências e solicitar cartões.

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OAS pagava R$ 200 milhões de propina por ano, dizem delatores

OAS pagava R$ 200 milhões de propina por ano, dizem delatores

Por: Wálter Nunes
EM: 15.dez.2018 às 13h27
URL: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/12/oas-pagava-r-200-milhoes-de-propina-por-ano-dizem-delatores.shtml

O grupo empresarial OAS repassava cerca de R$ 200 milhões em propina todo ano até se tornar alvo da Lava Jato em 2014, segundo ex-funcionários do departamento responsável pelo caixa dois e distribuição de dinheiro ilegal da empreiteira.

Oito desses executivos, que trabalhavam numa área denominada Controladoria, assinaram acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal no ano passado.

Foi com base em seus depoimentos que a Polícia Federal avançou na Operação Sem Fundos, fase da Lava Jato que investigou desvio de verbas nas obras do conjunto Torre Pituba, sede da Petrobras na Bahia.
O empreendimento foi realizado com dinheiro da Petros, fundo de pensão dos funcionários da estatal, e construído pelas empreiteiras OAS e Odebrecht.

A Polícia Federal vinha investigando o caso com base em depoimentos de delatores da Odebrecht, mas desconfiava que havia peças faltando nas histórias contadas. Recorreu então aos delatores da OAS.
Os policiais estimam que mais de R$ 68 milhões em propina foram distribuídos relacionados à construção da Torre Pituba.

No dia 23 de novembro, a juíza Gabriela Hardt, substituta de Sergio Moro na Lava Jato, determinou a prisão de 22 pessoas, entre elas o herdeiro da OAS, César Mata Pires Filho, executivos da empreiteira, diretores da Petros e pessoas ligadas ao PT.

Ao menos seis dos presos da companhia baiana já vinham tentando fechar acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal.

Pires Filho, os ex-presidentes da empresa Leo Pinheiro e Elmar Varjão e os executivos José Nogueira Filho, Manuel Ribeiro Filho e André Petitinga relataram casos de corrupção à Procuradoria-Geral da República no ano passado esperando conseguir benefícios judiciais. O acordo, porém, não foi fechado.

A OAS tentava concluir uma delação em conjunto de funcionários, nos moldes do grande acordo firmado com a Odebrecht, que envolveu 77 executivos. Mais de 80 empregados da companhia foram chamados a relatar atos ilícitos.

No início de 2017, 24 desses executivos se reuniram por três dias com procuradores em Brasília, para descrever fatos e entregar os roteiros de suas delações.

Os investigadores, porém, desconfiaram que os representantes da cúpula da companhia não estavam contando tudo que sabiam.

Um executivo que participou das tratativas disse à Folha que o primeiro sinal de que as conversas não caminhavam bem foi quando uma procuradora disse a um dos dirigentes da empresa que o encontro estava sendo inútil, pois o candidato a delator se mostrava inocente. Um acordo de delação só se aplica a culpados que querem confessar.

Desde então, a Procuradoria concentrou sua atenção nos oito integrantes do setor de propina, que eram jovens executivos que ocupavam posição intermediária na hierarquia do grupo empresarial e que tinham papel operacional. Eles cuidavam da geração do dinheiro da propina e faziam com que ele chegasse até o destino.

Os delatores da Controladoria foram detalhistas ao relatar que a OAS contava com um esquema de doleiros para pagar suborno no exterior.

Entre esses operadores, segundo os delatores, estavam Jorge Davies, que foi alvo da Operação Câmbio, Desligo, feita no Rio de Janeiro e que mirou o mercado clandestino de dólar, e Alberto Youssef, pivô e delator de primeira hora da Lava Jato.

Os delatores também descreveram encontros em hotel para a entrega de dinheiro vivo a políticos e agentes públicos.

Os outros departamentos da OAS eram “clientes” do setor de propinas, que atuou, por exemplo, para a área de construção de arenas esportivas e até o departamento jurídico.

Os relatos dos delatores implicaram os recebedores da propina, mas também os próprios ex-colegas da OAS que não fecharam delação, levando à prisão de pessoas da cúpula da companhia até o baixo escalão.
Após a homologação da delação só com os funcionários do setor de propinas da OAS, a empreiteira ainda tentou conduzir uma negociação para uma colaboração conjunta da cúpula da empresa.

Essa tratativa foi conduzida em nome de Pinheiro e dos herdeiros César Mata Pires Filho e Antônio Carlos Mata Pires. Mas em agosto do ano passado, com a morte do patriarca, Cesar Mata Pires, o bloco implodiu.

Pinheiro e os herdeiros não mais negociam juntos. A empreiteira parou de dar suporte financeiro a ele.
Pinheiro negocia delação com base em décadas sendo o contato da OAS com o mundo político. Cesar Mata Pires Filho propôs relatar como se dava seu contato com políticos de São Paulo.

Antonio Carlos Mata Pires sinalizou à Procuradoria casos envolvendo FI-FGTS (Fundo de Investimento do FGTS) e os fundos de pensão Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa) e Petros (Petrobras).

O ex-presidente Elmar Varjão tem relatado casos envolvendo políticos baianos.

A Folha apurou que a proposta de delação recebida com mais empolgação na Procuradoria é a do diretor-superintendente Reginaldo Assunção, que nas últimas duas décadas foi o principal nome de empreiteiras no contato com os políticos do estado.

A OAS disse, em nota, que conta com uma nova gestão e tem contribuído com as autoridades competentes e com a justiça, prestando todos os esclarecimentos que se façam necessários. A empresa esclarece que formalizou a leniência junto ao Cade.

Departamento de propina da OAS

Setor movimentava R$ 200 milhões em propina anualmente
Contava com uma rede de doleiros para remessa de dinheiro ilegal para o exterior
Funcionários também entregavam dinheiro vivo em hotéis
Oito executivos desse setor fecharam acordo de delação premiada que implica políticos, agentes públicos e os outros dirigentes da empreiteira

Ex-cúpula da OAS ainda tenta delação

Leo Pinheiro
Ex-presidente foi por décadas o contato da empreiteira com o mundo político

Cesar Mata Pires Filho
Herdeiro propôs relatar como se dava seu contato com políticos de São Paulo

Antonio Carlos Mata Pires
Herdeiro sinalizou à Procuradoria casos envolvendo fundos de pensão

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SP: Motorista começa a pagar IPVA em 9/1; valor mais alto é de R$ 159,3 mil

SP: Motorista começa a pagar IPVA em 9/1; valor mais alto é de R$ 159,3 mil

URL: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2018/12/13/ipva-sao-paulo.htm
Do UOL, em São Paulo
Em: 13/12/2018 16h01

O IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) ficará 3,4% mais barato, em média, no estado de São Paulo em 2019. Em números absolutos, o carro com IPVA mais caro no estado (R$ 159.298,64) é uma Ferrari ano 2016. O carro com o IPVA mais barato (R$ 68,80) é um veículo de fabricação própria ano 2004, de acordo com a Secretaria da Fazenda do estado.

O calendário de pagamento do IPVA para carros e motos começa em 9 de janeiro e vai até 22 de março.

Os donos de veículos podem pagar o imposto em uma parcela única no mês de janeiro, com desconto de 3%, ou em uma parcela única em fevereiro, sem desconto. Outra opção é pagar o imposto dividido em três vezes. Nesse caso, o pagamento segue um calendário que muda conforme o final da placa do carro (veja as datas por placa mais abaixo).

Valor de venda dos veículos caiu
As alíquotas do imposto vão de 1,5% a 4%, dependendo do tipo de veículo e do combustível com o qual ele é movido.

As porcentagens são aplicadas ao valor de venda de cada carro no mercado, considerando a tabela apurada pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que abarca 11.556 diferentes marcas, modelos e versões de veículos. Segundo a secretaria, como a tabela registrou queda no valor de venda dos carros no mercado de 2017 para 2018, o valor final do IPVA também cai.

A frota total de veículos no estado de São Paulo é de aproximadamente 25,1 milhões, dos quais 17,4 milhões estão sujeitos ao recolhimento do IPVA. O governo do estado prevê arrecadar R$ 14,9 bilhões com o imposto em 2019.

Como pagar?
Para fazer o pagamento, o dono do veículo pode ir a uma agência bancária credenciada com o número do Renavam. Também é possível pagar o imposto nos caixas eletrônicos, pela internet ou aplicativo, via débito agendado ou por outros canais oferecidos pelos bancos.

Veja o calendário de pagamento, de acordo com final da placa:

  • Final 1 – 9 de janeiro (primeira parcela ou à vista com desconto), 11 de fevereiro (segunda parcela ou à vista sem desconto), 11 de março (terceira parcela)
  • Final 2 – 10 de janeiro (primeira parcela ou à vista com desconto), 12 de fevereiro (segunda parcela ou à vista sem desconto), 12 de março (terceira parcela)
  • Final 3 – 11 de janeiro (primeira parcela ou à vista com desconto), 13 de fevereiro (segunda parcela ou à vista sem desconto), 13 de março (terceira parcela)
  • Final 4 – 14 de janeiro (primeira parcela ou à vista com desconto), 14 de fevereiro (segunda parcela ou à vista sem desconto), 14 de março (terceira parcela)
  • Final 5 – 15 de janeiro (primeira parcela ou à vista com desconto), 15 de fevereiro (segunda parcela ou à vista sem desconto), 15 de março (terceira parcela)
  • Final 6 – 16 de janeiro (primeira parcela ou à vista com desconto), 18 de fevereiro (segunda parcela ou à vista sem desconto), 18 de março (terceira parcela)
  • Final 7 – 17 de janeiro (primeira parcela ou à vista com desconto), 19 de fevereiro (segunda parcela ou à vista sem desconto), 19 de março (terceira parcela)
  • Final 8 – 18 de janeiro (primeira parcela ou à vista com desconto), 20 de fevereiro (segunda parcela ou à vista sem desconto), 20 de março (terceira parcela)
  • Final 9 – 21 de janeiro (primeira parcela ou à vista com desconto), 21 de fevereiro (segunda parcela ou à vista sem desconto), 21 de março (terceira parcela)
  • Final 0 – 22 de janeiro (primeira parcela ou à vista com desconto), 22 de fevereiro (segunda parcela ou à vista sem desconto), 22 de março (terceira parcela)

Esqueci de pagar. E agora?
Caso o dono do veículo perca o prazo para pagar a primeira parcela, o pagamento só poderá ser feito nas agências bancárias, com multa de 0,33% por dia de atraso e juros de mora com base na taxa Selic.

Se a dívida passar de 60 dias, o percentual da multa é fixado em 20% do valor do IPVA. Permanecendo a inadimplência, o proprietário fica impossibilitado de fazer o licenciamento do veículo, além de ter o nome sujo.

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PF diz que Aécio recebeu R$ 109 mi para comprar apoio político nas eleições 2014

PF diz que Aécio recebeu R$ 109 mi para comprar apoio político nas eleições 2014

Por: Teo Cury, Fausto Macedo e Julia Affonso [ESTADAO]
Em: São Paulo 11/12/2018 16h21
URL: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2018/12/11/pf-diz-que-aecio-recebeu-r-109-mi-para-comprar-apoio-politico-nas-eleicoes-2014.htm

A Operação Ross, deflagrada na manhã desta terça-feira, 11, pela Polícia Federal, aponta que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) liderou uma associação criminosa que teria como finalidade comprar apoio político para sua campanha presidencial nas eleições de 2014. De acordo com a PF, o Grupo J&F, dos irmãos Batista, pagou propina, a pedido de Aécio, de R$ 109,3 milhões ao senador, seu partido e outras legendas, como PTB, DEM e Solidariedade.

A operação, um desdobramento da Operação Patmos, deflagrada pela PF em maio de 2017, investiga ao todo um suposto pagamento direto e indireto de propina de R$ 128 milhões da J&F ao senador Aécio Neves e seu grupo político entre os anos de 2014 e 2017. De acordo com a PF, parte do valor foi repassado ao senador em espécie e outra por meio de depósitos bancários e pagamento de serviços simulados. São investigados os senadores Agripino Maia (DEM-RN) e Antônio Anastasia (PSDB-MG), e os deputados federais Cristiane Brasil (PTB-RJ), Benito Gama (PTB-BA) e Paulinho da Força (SD-PR).

As investigações mostram que o senador Aécio Neves teria recebido R$ 109,3 milhões para a campanha presidencial da coligação apoiadora do PSDB. O valor teria sido solicitado por Aécio em encontro com o empresário no início de 2014.

A PF aponta que outra parte da propina teria sido entregue a pedido de Aécio por meio de doações oficiais que totalizaram R$ 64,6 milhões a diretórios e candidatos do PSDB. Ao PTB, teria sido destinado R$ 20 milhões, mediante intermediação de Cristiane Brasil, Benedito Gama e Luiz Rondon, tesoureiro do partido. Ao Solidariedade, as doações teriam sido de R$ 15 milhões, por intermédio de Paulinho da Força e Marcelo Lima Cavalcanti.

O dinheiro também teria ido a outros partidos, como DEM, PTN, PSL, PTC, PSC, PSDC, PT do B, PEN, PMN, que, juntos, receberam R$ 10,3 milhões, para comprar apoio político para a campanha presidencial de 2014.

A investigação também aponta o pagamento de R$ 2 milhões para a campanha de Antônio Anastasia ao governo de Minas Gerais e que teria sido viabilizado mediante pedido de Aécio Neves. O senador também teria solicitado no primeiro trimestre de 2015 em novo encontro na residência de Joesley Batista, em São Paulo, R$ 18 milhões para a quitação de despesas eleitorais pendentes da campanha presidencial de 2014. De acordo com as investigações, o senador recebeu R$ 17,3 milhões por meio da compra do prédio do jornal “Hoje Em Dia”, em Belo Horizonte (MG), pertencente a Flávio Jacques Carneiro.

As investigações mostram que entre julho de 2015 e junho de 2017, Aécio teria recebido R$ 1,35 milhão em 17 pagamentos de R$ 54 mil, por meio da Rádio Arco Íris Ltda., sediada em Belo Horizonte. O pagamento teria sido concretizado, de acordo com a PF, por meio de notas fiscais frias, alusivas a serviços fictícios em favor do Grupo J&F, o que caracteriza ciclo de lavagem de dinheiro. A rádio pertence a Andrea Neves e Inês Neves, irmã e mãe de Aécio Neves. O senador foi sócio da rádio até meados de 2016.

Em troca da propina, Aécio teria atuado em favor do grupo com o então governador do estado de Minas Gerais Antônio Anastasia, o secretário da Casa Civil, Danilo de Castro, e o subsecretário de Fazenda, Pedro Meneguetti, para a restituição de créditos fiscais de ICMS que totalizou R$ 24 milhões – sendo R$ 12,6 milhões relacionados à JBS/AS (Couros) e R$ 11,5 milhões à empresa Dagranja (SEARA).

Ao autorizar buscas em endereços do senador, sua irmã e também contra o deputado Paulinho da Força, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, apontou “indícios de relação ilícita” do tucano com executivos do Grupo J&F, entre 2014 e 2017. A Polícia Federal foi às ruas nesta terça, 11, para cumprir 24 mandados de busca e apreensão na Operação Ross.

“O quadro revelado pela autoridade policial, na medida em que ratificado, em parte, pelo órgão acusador, demonstra a existência de indícios de relação ilícita entre o investigado Aécio Neves da Cunha e executivos do Grupo J&F, entre os anos de 2014 a 2017, caracterizada pelo alegado recebimento de quantias em dinheiro, pelo senador ou em seu favor, mediante mecanismos característicos de lavagem de capitais, via empresas e pessoas identificadas na investigação em curso”, escreveu Marco Aurélio.

“Há mais: ficaram demonstrados indicativos da atuação do parlamentar, nessa qualidade, como contrapartida aos benefícios financeiros.”

Defesas
Em nota, o advogado Alberto Zacharias Toron, que defende o senador Aécio Neves, afirmou:

“O Senador Aécio Neves sempre esteve à disposição para prestar esclarecimentos e apresentar todos os documentos que se fizessem necessários às investigações, bastando para isso o contato com seus advogados.

O inquérito policial baseia-se nas delações de executivos da JBS que tentam transformar as doações feitas a campanhas do PSDB, e devidamente registradas na justiça eleitoral, em algo ilícito para, convenientemente, tentar manter os generosos benefícios de seus acordos de colaboração. A correta e isenta investigação vai apontar a verdade é a legalidade das doações feitas”.

Também em nota, Paulinho da Força afirmou que “a delação da JBS foi desmoralizada publicamente e a fraude realizada pelos delatores foi comprovada com a prisão dos dois empresários pelo Superior Tribunal Federal (STF). A acusação absurda de compra de apoio do partido Solidariedade para a candidatura à Presidência de Aécio Neves, em 2014, beira o ridículo.

Desde a sua criação, em 2013, o Solidariedade já apoiava o candidato Aécio Neves por acreditar em seus projetos para o país. De qualquer forma, o deputado federal Paulinho da Força se colocou à disposição da justiça para prestar quaisquer esclarecimentos, desde que lhe seja facultado acesso ao processo previamente”.

O senador José Agripino afirmou que “não foi alvo de busca e apreensão em nenhum dos seus endereços. Enquanto presidente nacional do Democratas, buscou, seguindo a legislação eleitoral vigente, doações para o partido. Doações que, solicitadas a diversas empresas, foram voluntariamente feitas sem que o ato de doação gerasse qualquer tipo de compromisso entre o doador e o partido ou qualquer dos seus integrantes. O senador permanece à disposição da Justiça para os esclarecimentos que se fizerem necessários”.

O senador Antonio Anastasia afirmou, através de sua assessoria de imprensa, que “desconhece totalmente o motivo pelo qual teve seu nome envolvido nessa história. Em toda sua trajetória, ele nunca tratou de qualquer assunto ilícito com ninguém”.

Em nota, o advogado Luiz Gustavo Pereira da Cunha, que defende Cristiane Brasil, afirmou: “Cristiane Brasil esclarece que à época dos fatos não era Deputada Federal, não conhecia os empresários do conglomerado J&F e seu papel nas eleições de 2014 foi exclusivamente o de ajudar a retirar o PTB da base de apoio do PT. A mesma somente recebeu doações oficiais e não tinha conhecimento nem acesso aos fatos a ela imputados.

As denúncias recebidas hoje pela deputada, com perplexidade, e a virulência das medidas propostas pelos investigadores só não foram adiante graças a serenidade da PGR e do STF, que negaram de pronto os pedidos de prisão e suspensão de mandato, dentre outros.

Cristiane Brasil está à disposição das autoridades e acredita na força da verdade e da justiça para provar a sua inocência”.

A assessoria do deputado federal Benito Gama divulgou a seguinte nota de esclarecimento:

“Há um fato sendo investigado sobre a eleição presidencial de Aécio Neves em 2014. Na condição de presidente nacional do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), em exercício à época, fui convidado hoje (11), para prestar testemunho sobre este fato que tem relação com a empresa JBS e a candidatura do Aécio Neves.

Não houve contra a mim nenhuma medida de busca e apreensão ou qualquer outra medida, como divulgado pela imprensa. Assim como em toda a minha trajetória, continuo sempre à disposição da justiça em qualquer investigação. O mesmo faz parte do estado democrático.

Repudio em absoluto qualquer ato de corrupção e tentativa de ser relacionado ao objeto das investigações da Lava Jato.

Reitero a minha lisura e conduta pautada na honestidade, seriedade e responsabilidade ao longo destes mais de trinta anos dedicados à de vida pública em prol da Bahia e do Brasil”.

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Polícia só esclareceu 4% dos crimes no estado de São Paulo em 2018

Polícia só esclareceu 4% dos crimes no estado de São Paulo em 2018

Por Rafael Iglesias
EM: 03/12/2018 14h31
URL: https://jovempan.uol.com.br/noticias/brasil/policia-so-esclareceu-4-dos-crimes-no-estado-de-sao-paulo-em-2018.html

A Polícia Civil de São Paulo só conseguiu solucionar 4% dos crimes que mais preocupam a população neste ano. Dos 788.405 homicídios dolosos, estupros, latrocínios, roubos e furtos registrados no estado de janeiro a outubro, somente 32.150 foram esclarecidos.

Os dados de resolutividade foram obtidos pela Jovem Pan via Lei de Acesso à Informação. Já as informações sobre a quantidade de boletins de ocorrência são divulgadas todo mês pela Secretaria da Segurança Pública (SSP), que, questionada pela reportagem, não justificou os baixos índices.

Os roubos compõem a categoria com menor quantidade percentual. Apenas 3,6 de cada 100 casos foram solucionados este ano. O número inclui todos os tipos de roubo registrados em São Paulo: de rua, de veículos, de cargas, a residências, bancos, casas, ônibus, entre outros.

No total desse delito, foram 268.939 casos e apenas 9.753 esclarecimentos. Isoladamente, 3% dos roubos de veículos foram solucionados, enquanto o índice foi de 5% para os roubos de cargas. Aparecem com 42% os roubos a banco, que tiveram 21 boletins até outubro.

O esclarecimento de um crime não significa que o culpado foi efetivamente punido. Isso porque, na fase policial, basta a identificação do suspeito, por exemplo, para que o inquérito seja encerrado e remetido ao Judiciário, que toma as providências seguintes.

Assassinatos
Bandeira do governo estadual há pelo menos duas décadas, o combate aos homicídios dolosos – aqueles em que há intenção de matar – não se reflete na resolução: 52% dos casos ficaram sem esclarecimento até outubro.

Com queda de 9% de janeiro a outubro, esse indicador apresentou alta de 4% no mês passado no estado. É a primeira alta registrada no ano, segundo dados da SSP. Em setembro, o índice caiu 17%, patamar percentual ainda menor que o de fevereiro (20%).

Roubos seguidos de mortes
O crime com maior índice de resolução pela polícia é o latrocínio. Seis a cada 10 casos são esclarecidos. Esse tipo de crime deixou 234 vítimas este ano e já apresenta três altas consecutivas de agosto (15%) a outubro (35%). Em setembro, o total dobrou.

Estupros
Os estupros aumentaram em oito meses até outubro. No ano, a alta já chega a 11%, com 10.103 casos. Entretanto, no mesmo período, apenas 1.348 – equivalentes a 13% – foram solucionados. Assim, 8,7 a cada 10 crimes do tipo ficam sem punição.

Furtos
Delitos mais recorrentes em São Paulo, somente 3,9% dos furtos são esclarecidos. Este ano, a polícia resolveu apenas 19.743 de mais de meio milhão de casos. Apesar disso, o indicador está em queda. No ano, o total passou de 620.424 para 506.734 – 18% a menos.

Secretaria desconversa
Questionada sobre o motivo do baixo índice de resolução de crimes, a Secretaria da Segurança Pública afirmou, em nota, que “desenvolve diversas ações de políticas públicas, como investimento em tecnologia e aperfeiçoamento do trabalho policial”.

Sem apontar por que esses investimentos não tiveram resultados no trabalho policial de investigação e realização de flagrantes, a pasta destacou que São Paulo tem a menor taxa de homicídios do país. Atualmente, há 6,93 casos a cada 100 mil habitantes.

Novo secretário
O atual secretário da Segurança, Mágino Alves Barbosa Filho, vai deixar o cargo em janeiro. Titular do gabinete desde 2016, ele voltará ao Ministério Público. O governador eleito de São Paulo, João Doria, anunciou para o posto o general João Camilo Pires de Campos.

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Microsoft Wins $480 Million Army Battlefield Contract

Microsoft Wins $480 Million Army Battlefield Contract

By Joshua Brustein
On: November 28, 2018, 7:53 PM GMT-2 Updated on November 28, 2018, 8:39 PM GMT-2
URL: https://www.bloomberg.com/news/articles/2018-11-28/microsoft-wins-480-million-army-battlefield-contract

The military plans to purchase as many as 100,000 HoloLens augmented reality devices.

Microsoft Corp. has won a $480 million contract to supply prototypes for augmented reality systems to the Army for use on combat missions and in training, the Army said. The contract, which could eventually lead to the military purchasing over 100,000 headsets, is intended to “increase lethality by enhancing the ability to detect, decide and engage before the enemy,” according to a government description of the program.

“Augmented reality technology will provide troops with more and better information to make decisions. This new work extends our longstanding, trusted relationship with the Department of Defense to this new area,” a Microsoft spokesman said in an emailed statement.

The U.S. Army and the Israeli military have already used Microsoft’s HoloLens devices in training, but plans for live combat would be a significant step forward.

HoloLens is one of the leading consumer-grade headsets, but a large consumer market doesn’t yet exist; a video made for the European Patent Office this spring said it had sold about 50,000 devices. That’s about half the number the Army expects to buy through its augmented reality program, which is called the Integrated Visual Augmentation System, or IVAS.

With the contract, the Army immediately becomes one of Microsoft’s most important HoloLens consumers. It expects devices to vary from their consumer-grade counterparts in a handful of key respects. In a document shared with companies bidding on the contract, the Army said it wanted to incorporate night vision and thermal sensing, measure vital signs like breathing and “readiness,” monitor for concussions and offer hearing protection. It said the winning bidder would be expected to deliver 2,500 headsets within two years, and exhibit the capacity for full-scale production.

The contract went though a bidding process designed to encourage the Army to do business with companies who aren’t traditional defense contractors. Magic Leap, which makes the main competitor to HoloLens for the consumer market, also pursued the contract. In early August, the Army held meetings with 25 companies interested in participating in some way, including Booz Allen Hamilton Holding Corp., Lockheed Martin Corp., and Raytheon Co.

The technology industry’s cooperation with the U.S. military and law enforcement has become increasingly tense over the last year, with employees at companies like Alphabet Inc.’s Google and Amazon.com Inc. pushing back against government contracts.

Earlier this year, hundreds of Microsoft workers signed a petition criticizing a contract with U.S. Immigration and Customs Enforcement that Microsoft had originally said included some of its AI software. In October, a blog post purportedly written by Microsoft employees urged the company not to bid on a multi-billion dollar U.S. military cloud contract. “Many Microsoft employees don’t believe that what we build should be used for waging war,” they wrote.

Later that month, Microsoft’s President and Chief Legal Officer, Brad Smith, said the company would continue to sell software to the U.S. military. Smith wrote that employees with ethical qualms with projects would be allowed to move to other work within the company.

“Artificial intelligence, augmented reality and other technologies are raising new and profoundly important issues, including the ability of weapons to act autonomously. As we have discussed these issues with governments, we’ve appreciated that no military in the world wants to wake up to discover that machines have started a war,” he wrote. “But we can’t expect these new developments to be addressed wisely if the people in the tech sector who know the most about technology withdraw from the conversation.”

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Posted by Alvarenga Milton in Poverty induction system
Brasil já tem uma Itaipu em energia eólica

Brasil já tem uma Itaipu em energia eólica

Em: 20.nov.2018 às 13h33
Por: Taís Hirata
URL: https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/11/brasil-ja-tem-uma-itaipu-em-energia-eolica.shtml
As usinas movidas a vento devem se tornar a segunda fonte mais importante do país em 2019, segundo Abeeólica

A energia eólica ultrapassou a marca de 14,34 GW (gigawatts) de capacidade instalada no Brasil, patamar equivalente a uma usina de Itaipu —a segunda maior hidrelétrica do mundo.

Ao todo, são 568 parques eólicos, em 12 estados do país. A energia gerada nos últimos 12 meses é suficiente para abastecer 25 milhões de residências por mês, ou cerca de 75 milhões de brasileiros, segundo dados da Abeeólica (Associação Brasileira de Energia Eólica).

A fonte tem vivido um crescimento exponencial no país desde 2009, estimulada por leilões promovidos pelo governo federal para contratar novos empreendimentos.

A expansão deve continuar. Contando os empreendimentos contratados nos últimos leilões promovidos pelo governo, a projeção é que até 2024 a energia eólica atinja ao menos 18,8 GW de capacidade instalada.

“No ano que vem, vamos atingir a segunda posição na matriz elétrica brasileira. Em janeiro, vamos alcançar uma participação maior do que a das usinas a biomassa, que hoje é a segunda maior fonte atrás das hidrelétricas”, afirma Elbia Gannoum, presidente da Abeeólica.

“A expansão eólica no Brasil é um caso de sucesso. Há dez anos, havia poucos investidores, hoje todas as grandes empresas têm investimentos em usinas eólicas”, afirma Thais Prandini, diretora-executiva da consultoria Thymos.

No entanto, para além da comemoração, a marca também acende um alerta. O motivo é a característica variável das usinas eólicas, cuja geração depende do regime de ventos, que não são constantes.

Em setembro, nos dados mais recentes da ONS (Operadora Nacional do Sistema Elétrico), a geração das usinas eólicas chegou a responder por 13,98% de toda a energia gerada no sistema, um patamar recorde. No entanto, nesse mesmo mês, a fonte chegou a ocupar a parcela mínima de 1,1% na geração nacional.

“Chegou o momento de se discutir mais formas de garantir a segurança energética do país”, diz Gannoum.
O problema não é novo, aponta a consultoria PSR. A necessidade de um suprimento de energia que garanta o abastecimento tem sido um dos assuntos mais debatidos nos últimos anos, segundo o último relatório da empresa especializada em setor elétrico.

A questão se agravou a partir do momento em que o país deixou de construir hidrelétricas sem reservatório —obras com impacto socioambiental bem maior do que as chamadas usinas a fio d’água, que estão mais sujeitas à escassez de água.

O avanço de fontes como a eólica e a solar, cuja geração também sofre variações ao longo do dia ou do ano, é outro fator cada vez mais relevante para o problema.

As soluções possíveis para essa questão são diversas e, hoje, são alvo de discussões acaloradas entre representantes do setor elétrico.

Para Prandini, da Thymos, é importante diversificar a matriz elétrica para minimizar os riscos de cada fonte.

“Uma solução seriam fazer projetos híbridos, com usinas com mais de uma fonte de energia. Ou até mesmo pensar em baterias, que hoje ainda não são viáveis economicamente, mas que são uma tecnologia importante”, diz.

A PSR também aponta soluções possíveis, como alterar a operação das hidrelétricas para manter os reservatórios cheios, utilizar usinas térmicas para atender o consumo em horários de ponta, entre outras.

Hoje, a principal proposta na mesa de discussão é a realização de leilões regionais para contratar usinas térmicas movidas a gás natural. O Ministério de Minas e Energia abriu uma consulta pública, no fim de outubro, para debater a proposta, que é bastante controversa no setor.

Para a PSR, a proposta não resolve o problema por falhas na estruturação do leilão, que estaria gerando um custo adicional ao consumidor de energia sem necessidade.

O avanço da fonte eólica também levanta outro debate: o fim de subsídios dados pelo governo federal ao setor no passado, para ajudar na consolidação da fonte no país, e que hoje não seriam mais necessários.

Gannoum, da Abeeólica, concorda que chegou o momento de se rever esses benefícios, que incluem, por exemplo, isenções nas tarifas de transmissão e distribuição de energia, que acabam encarecendo a conta de luz dos consumidores.

No entanto, ela defende que o fim dos subsídios se aplique a todas as fontes, e não apenas à eólica. Hoje, além do eólico, outros setores de geração ganham benefícios, como as fontes solares e a carvão.

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Posted by Alvarenga Milton in Poverty induction system