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Vivo deve concluir cadastro biométrico de clientes em quatro anos, diz executivo

Vivo deve concluir cadastro biométrico de clientes em quatro anos, diz executivo

Em: 27 de novembro de 2018
Por: Não informado
URL: https://www.tudocelular.com/seguranca/noticias/n133905/vivo-deve-concluir-processo-cadastramento-biometri.html

A operadora Vivo deve concluir dentro de quatro anos o cadastro biométrico com o rosto de todos os seus assinantes. A informação foi revelada por Ruben Longobuco, Chief Security Officer (CSO) da Vivo, em um seminário sobre identificação e autenticação digital.

O executivo ainda disse que quatro anos é o tempo máximo para que todos os assinantes da operadora passem por uma loja pelo menos uma vez. Assim, os estabelecimentos estão equipados com um processo que permite a captura da imagem de rosto do cliente quando ele contrata uma nova linha móvel.

Desta forma, a operadora consegue garantir uma maior segurança em sua operação e ao mesmo tempo combater uma série de fraudes aplicadas por criminosos que se aproveitam do processo de ativação de chips para criar novos golpes.

Longobuco ainda disse que, se o cliente se recusar a tirar uma foto, o seu nome será classificado em um grupo que deve ser acompanhado de perto. Isso porque, na visão da operadora, há um maior risco de fraude.

No entanto, o executivo afirma que poucos clientes se recusam a tirar uma foto nas lojas da empresa. Além disso, caso um criminoso tente se passar por outra pessoa com documentos falsos e tire a foto na contratação de um plano, a operadora consegue descobrir a fraude.

Assim, a Vivo afirma que deve evitar prejuízos para os clientes e para as suas operações, sendo que o rosto do criminoso pode ser cadastrado em uma lista de fraudadores, algo que dificulta a aplicação de futuros golpes na empresa. Vale lembrar que recentemente mostramos que a marca Vivo continua sendo uma das mais valiosas do Brasil.

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Governo socialista fecha mais de 2 mil igrejas evangélicas em Angola

Governo socialista fecha mais de 2 mil igrejas evangélicas em Angola

Por: Tarciso Morais
Em: 16/11/18, 19h55
URL: https://renovamidia.com.br/governo-socialista-fecha-mais-de-2-mil-igrejas-em-angola/

Desde agosto, quando o governo socialista de Angola aprovou uma lei para regularização da atividade religiosa no país, as igrejas evangélicas estão sob ameaça.
Por determinação do gabinete do presidente João Lourenço, está havendo um maior controle sobre os locais de culto.

Pastores dizem que é uma severa limitação de sua liberdade religiosa. Segundo a organização Portas Abertas, mais de 2 mil igrejas já foram fechadas e mais de mil igrejas irregulares ainda poderão ser fechadas em novembro.

O governo socialista angolano havia deu um ultimato de 30 dias para que ocorresse a “regularização” dos espaços de culto. As que não se encaixarem nas exigências serão fechadas.

O diretor para assuntos religiosos, Francisco de Castro Maria, afirmou:

O número de igrejas ilegais no país chegou a 4 mil. Todas as igrejas ilegais têm até o próximo mês para mudar seus status.

O Jornal de Angola explica que, na compreensão do governo angolano, “algumas seitas religiosas andam a desvirtuar a doutrina bíblica, violando os preceitos de sã convivência no seio das comunidades, assim como alteram os hábitos e costumes dos povos, colocando em perigo o bem-estar da população”.

A medida não afetou a Igreja Católica no país.

A partir de agora, para uma denominação evangélica continuar existindo, ela precisa reunir 100 mil assinaturas. Com isso, dezenas de igrejas pequenas tiveram forçosamente que se tornar uma só. Os pastores só poderão pregar se tiverem graduação em teologia, algo fora da realidade de um país com sérios problemas na área da educação.

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11 militares são condenados no Chile por crimes durante a ditadura de Pinochet

11 militares são condenados no Chile por crimes durante a ditadura de Pinochet

Militares faziam parte da “Caravana da Morte”, comitiva militar comandada pelo general Sergio Arellano Stark, conhecido como “delegado pessoal” de Pinochet,e que assassinou 100 presos políticos

O juiz especial Mario Carroza sentenciou nesta sexta-feira com penas de prisão 11 militares reformados por envolvimento nos assassinatos de 15 opositores, cometidos na cidade de La Serena pela chamada “Caravana da Morte”, em 1973, durante a ditadura de Augusto Pinochet, informaram fontes judiciais.

A “Caravana da Morte” foi uma comitiva militar comandada pelo general Sergio Arellano Stark, conhecido como “delegado pessoal” de Pinochet, que percorreu o Chile e assassinou 100 presos políticos que retirou das prisões.

Entre os condenados destaca-se o general Juan Emilio Cheyre, ex-comandante-chefe do Exército entre 2002 e 2006, que foi sentenciado a três anos e um dia de prisão pelo crime de acobertamento e poderá cumprir a pena em liberdade condicional. Por sua vez, o coronel Ariosto Lapostol Orrego, chefe do regimento na época, foi condenado a 15 anos e um dia de prisão como autor do homicídio dos 15 presos.

Vários militares condenados já estão na prisão cumprindo penas por outros casos de violações dos direitos humanos.

Os presos políticos foram assassinados no polígono do regimento e seus corpos foram jogados em uma vala comum do cemitério local. No dia seguinte, as autoridades publicaram uma nota relatando a execução “de 15 extremistas, em cumprimento do que foi decidido por tribunais militares em tempos de guerra”. Os restos mortais das vítimas foram descobertos e identificados em 1998.

Durante a ditadura de Pinochet (1973-1990), conforme dados oficiais, 3.200 pessoas foram mortas por agentes do Estado, sendo que 1.192 ainda constam como detidas desaparecidas.

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Nem darwinismo nem criacionismo: é o design inteligente que explica a guerra política nas redes

Nem darwinismo nem criacionismo: é o design inteligente que explica a guerra política nas redes

A revista VICE fez uma matéria alegando que a guerra política – vencida pela direita nestas eleições – é basicamente planejada. Ou seja, alega-se que tudo que é feito nas redes – em direção a pautas ou uma campanha – é fruto de um planejamento central:

O influenciador Paulo, da direita, não concordou com a matéria, afirmando, também no Twitter, o seguinte: “A VICE fez texto sobre memes toscos visualmente da direita… professor da USP garante que é tudo planejado, parte de estratégia gigante de marketing Não conseguem entender até hoje que não é NADA planejado, é tosco pq é gente comum fazendo, não designer, cegueira impressionante”.

Até aqui então temos duas teses indo em duas direções diametralmente opostas:

A tese do planejamento total: esta tese afirma que tudo aquilo que vemos na Internet – em termos de guerra memética, seja no YouTube, no Facebook e principalmente no WhatsApp – é fruto de um planejamento.
A tese da inexistência total de planejamento: esta tese diz que nada aquilo que vemos na guerra política da Internet tem a ver com qualquer tipo de planejamento.
Ocorre que a verdade não está em nenhuma das teses, mas na coluna do meio. Aquilo que vemos nas redes sociais nasce principalmente de atitudes espontâneas, mas vão tomando corpo – pouco a pouco – a partir de ações planejadas e centralizadas, em uma cadeia de influência. No maior nível as decisões são completamente planejadas. Mas nos menores níveis, as decisões são espontâneas.

A cultura da convergência
Para entender esse fenômeno, é preciso compreender aquilo que se chama de “cultura da convergência”, tema abordado pelo autor Henry Jenkins em obras como “A Cultura da Convergência” e “A Cultura da Conexão”. Outro autor que pode nos ajudar é Clay Shirky, que escreveu “Lá vem Todo Mundo” e “A Cultura da Participação”. Por fim, outro autor recomendável é James Surowiecki, que escreveu “A Sabedoria da Multidões”.

Vamos a um breve apanhado do que pode ser entendido de uma sumarização das ideias desses autores.

Hoje em dia, as redes sociais deram mais voz às pessoas, mais do que no passado. O conceito de “prova social”, antes aplicado nas relações cotidianas, se moveu para explicar como alguém se sente “aprovado” nas redes sociais. O ser humano automaticamente quer pertencer a grupos, pois isso está codificado em seu hardware como um mecanismo de sobrevivência. Como teorizada por Jenkins, a cultura fã (dos “fandoms”) trouxe muita gente produzindo conteúdo de graça, meramente pela sensação de pertencimento.

A cultura Star Trek e os fãs de Matrix, produzindo vídeos com as temáticas que gostam pela Internet, são as principalmente manifestações desse fenômeno estudadas pelo autor. Obviamente serve para empresas cada vez mais conectadas, empresas de mídia e, é claro, seria utilizado por políticos. A campanha de Barack Obama foi o primeiro grande “case” de sucesso do uso da cultura fã.

Mas como isso funciona? Bem, não é possível que isso funcione de maneira planejada, pois, tal como mostra Clay Shirky, toda a espontaneidade natural se perderia. As pessoas que lutam por pertencimento (agindo espontaneamente) não lutariam da mesma maneira se tudo fosse baseado em incentivos financeiros, até porque não iria ter grana suficiente para todo mundo. Alguém que tem um canal com milhões de pessoas ganharia dinheiro, mas aquele que tem apenas 100 seguidores ficaria sem nada. Qual o incentivo para produzir assim? Logo, a espontaneidade é uma ferramenta fundamental desse processo.

Surowiecki demonstra que a agregação de informação em grupos resulta em decisões quase sempre melhores do que as que poderiam ser feitas individualmente, isso porque, em grupos fechados, existe o “pensamento de grupo”, viés da mente humana que limita as melhores decisões. Nesses grupos fechados e hierárquicos, muitas pessoas tem medo de dar suas ideias, por medo daqueles que possuem mais poder. Por isso, a criatividade vai pro buraco. Já os grupos mais “abertos” dão vazão à criatividade plena, além de muita motivação para produzir.

Juntando espontaneidade com planejamento
Mas como fazer tudo isso funcionar numa direção específica diante de tanta necessidade por espontaneidade como driver da criatividade? Aí é que entram as cadeias de influência.

Novamente aqui temos que compreender a natureza humana pela ótica da dinâmica social: as pessoas se motivam por uma relação de motivação versus recompensa. Pense numa cadeia básica, com vários níveis. No primeiro nível, estão aqueles que falam para um grupo de amigos. No segundo nível, estão os que falam para um público amplo. No terceiro nível, estão aqueles que falam para um público gigantesco, geralmente tendo alguns dos influenciadores anteriores orbitando em torno de si. No quarto nível, temos aqueles influenciadores – ocultos ou públicos – que conectam todos os outros níveis, ligados às estruturas partidárias (ou a uma empresa, ou um jornal, o que seja).

Quem está no primeiro nível, busca meramente a aprovação social. A medida que alguém vai subindo de nível, ele vai adquirindo espaço perante os que estão em um nível superior. Mas nestes níveis, falamos de interesses financeiros (ganhar dinheiro com anúncios, pautar temas, vender influência). Nem todos estão com os mesmos interesses. Alguns podem buscar apenas o interesse de ganhar dinheiro com o que faz. Se não existir nada de ilegal, não há problema algum. São os interesses humanos, independentemente do setor.

Lá no quarto nível, os interesses a serem atendidos são bem diferentes. Falamos de cargos e espaços de poder. Novamente, isso ocorre em todos os espectros políticos. Então não é uma coisa de “esquerda ou direita” ou de “neoconservadores ou liberais”. Há quem controle melhor essa dinâmica e há aqueles que são incompetentes nisso. O aprendizado é contínuo.

Para que a coisa funcione, aqueles no menor nível hierárquico não podem até suspeitar que são parte de uma engrenagem, mas não podem saber a direção de suas ações, pois sua atuação é espontânea e precisa continuar assim. Quanto mais subimos de nível, menor a espontaneidade. Logo, não temos uma reunião a salas fechadas envolvendo gente de todos os níveis da hierarquia para falar da “direção da campanha” ou coisa do tipo. Quem quer que estivesse no topo da cadeia e fizesse isso perderia o aspecto de espontaneidade. Não demoraria para alguém sair vazando informações.

Assim, a estrutura só pode operar em camadas de controle, sendo que no primeiro nível existe a espontaneidade total, enquanto que no nível mais alto temos o planejamento total. Esse planejamento não pode, de forma alguma, ditar formalmente todo o conteúdo a ser produzido nos níveis mais baixos da cadeia. Em vez disso, são utilizados recursos que impossibilitem a percepção do controle. Alguns deles são: (1) cadeias de solidariedade, (2) estrutura de indicação mútua, (3) exclusão de divergentes.

Muitas vezes grupos que atuam no nível 2 e 3 da cadeia podem estar, em algum momento, desconectados do nível 4. As vezes grupos nos níveis 2 e 3 podem estar disputando espaço para conseguirem contato direto e alinhamento com aqueles do nível 4. Por isso, se alguém teve sua reputação assassinada por um integrante do nível 2, isso não significa que essa atitude seja automaticamente aprovada por aqueles que estão no nível 4. Pode acontecer de esses grupos estarem disputando espaço para dizer, aos que estão no nível 4: “Ei, eu te represento, e eles não”. Então, não devemos ser precipitados e atribuir a uma campanha uma responsabilidade que pode estar apenas em um dos setores de militância (geralmente nos níveis 2 e 3).

As cadeias de solidariedade servem para dar apoio para os demais integrantes da “rede”. Ou seja, se alguém é banido, os demais saem em apoio. A solidariedade existe em vários aspectos. As estruturas de indicação mútua são muito bem coordenadas pelo nível 4, pois define quem são aqueles que recebem indicações dos demais. Se você viu, durante a campanha, canais duplicando, triplicando ou até quadruplicando de tamanho, isso se deve às estruturas de indicação mútua.

Esses elementos – (1) cadeias de solidariedade, (2) estrutura de indicação mútua, (3) exclusão dos divergentes – não são todos. Mesmo assim, já nos são úteis para clarear o funcionamento da exploração do mecanismo humano inerente de “busca de aprovação social” (ou seja, prova social). Já no primeiro nível, as pessoas tem medo de ficar fora das manadas. Elas precisam de aprovação social.

Muitas delas percebem, subconscientemente, qual é o conteúdo “aprovado” pelos níveis superiores da cadeia. Eles vão entendendo, aos poucos, o que vai gerar likes e retuítes e o que será excluído. Assim, elas agirão espontaneamente e motivadas a produzir conteúdo (sem receber dinheiro em troca), mas seu subconsciente já “entendeu” as regras do jogo.

Desta forma, fica claro como essas estruturas – utilizadas inicialmente na campanha de Barack Obama, e depois aprimoradas pela direita no Brexit e na campanha de Trump – não podem, de jeito algum perder a espontaneidade, mas necessariamente tomarão alguma direção (e serão planejadas principalmente nos níveis 3 e 4) em um dado momento. Seria impossível que esse direcionamento deixasse de existir, até pela própria natureza humana.

Sem esse tipo de controle, apenas no nível mais alto, não existiria o conceito de “sabedoria das multidões”, obviamente.

Conclusão
As duas teorias antagônicas – uma dizendo que “há planejamento total das ações virtuais” e outra dizendo que “não há nenhum planejamento nas ações virtuais” – são incompletas. Podemos dizer que a primeira teoria é quase como um criacionismo, enquanto a segunda estaria próxima de um darwinismo.

No criacionismo, tudo tem uma origem clara, criada por um propósito. No darwinismo, não há nenhum propósito. Enquanto na biologia a teoria darwinista é a mais válida, sua abordagem para o mundo das ideias – a memética, de Richard Dawkins – é incompleta. Há uma possibilidade de controle do fluxo de ideias, enquanto a própria natureza humana fará essa possibilidade se manifestar. Sem isso, não existiriam resultados concretos.

Se a teoria do design inteligente não serve para a biologia, ela seria útil se fosse adaptada para o mercado de ideias direcionado para empresas, políticos e órgãos de mídia. Assim é possível explorar a espontaneidade das pessoas e planejar a direção do fluxo dessas informações atendendo a interesses bem sólidos, principalmente a partir do entendimento da busca humana pela “prova social”.

Em suma, você tende estar agindo espontaneamente, mas ao mesmo tempo fazendo parte de uma ação coordenada. Logo, a tese de que “tudo que se vê na Internet é espontâneo” não serve, principalmente porque os mecanismos de controle para interferir na seleção das ideias incentivadas ou excluídas já foram usados por aqueles nos maiores níveis hierárquicos e, é claro, sem que você tenha ciência disso.

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Deputados presos pela PF lotearam postos do Detran em 20 municípios do RJ, diz MPF

Deputados presos pela PF lotearam postos do Detran em 20 municípios do RJ, diz MPF

Por Marco Antônio Martins, G1 Rio
Em: 09/11/2018 04h00 Atualizado há um dia
URL: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2018/11/09/deputados-presos-pela-pf-lotearam-postos-do-detran-em-20-municipios-do-rj-diz-mpf.ghtml

Investigações da força-tarefa da Lava Jato dizem que departamento cedeu cargos a deputados, que nomeariam pessoas de sua confiança. Divisão por regiões do estado coincidiria com votação de parlamentares nessas áreas.

Investigações da força-tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro mostram que os dez deputados estaduais presos nesta quinta-feira (8) lotearam postos do Detran em 20 municípios do estado, segundo a denúncia do Ministério Público Federal.

A investigação do loteamento, de acordo com procuradores, começou com a apreensão do notebook do deputado Edson Albertassi, então líder do MDB, na Assembleia Legislativa do RJ e um dos supostos beneficiados no esquema.

No computador, constava a divisão de controle dos postos em cada cidade. As investigações mostram que a empresa Prol, vencedora dos contratos para fornecimento de mão de obra nos postos, disponibilizava cargos para indicação dos deputados.

Na planilha, cada parlamentar aparece com um número determinado de cargos disponíveis, chegando a indicar diretores de unidades. São indicações para chefes de unidades, responsáveis por vistorias, e assistentes.

De acordo com as investigações, o ex-presidente da Alerj e deputado afastado Jorge Picciani é quem indicou a cargos em postos em mais cidades: seis (Nova Iguaçu, Queimados, Belford Roxo, São João de Meriti, Teresópolis e Três Rios).

Leitura de e-mails, obtidos a partir de quebra de sigilo autorizada pela Justiça, ainda na operação Cadeia Velha, em 2017, mostra o deputado Paulo Melo com ingerência junto a uma funcionária do grupo Facility/Prol e a Carla Adriana Pereira, diretora de Registro de Veículos no Detran/RJ.

Chiquinho da Mangueira tinha 74 indicações. Luiz Martins, sozinho, tinha 137. Entre os 40 que estavam com indicação de Paulo Melo, 15 apareciam como prestadores de serviço em campanhas eleitorais do próprio deputado”, afirmou a procuradora Renata Ribeiro Baptista.

Segundo os investigadores, o Detran era manipulado para a realização de atividades de interesse de grupos corruptos. O deputado Paulo Melo era considerado o “dono” do Detran”, disse a delegada Xênia Soares, da PF.

Ainda de acordo com a denúncia, a empresa ganhava os contratos e, além da propina paga à quadrilha do ex-governador Sérgio Cabral, disponibilizava cargos aos deputados estaduais para que eles votassem projetos de interesse da empresa de propriedade do empresário Arthur César Soares, o Rei Arthur.

O esquema começou, segundo os procuradores, em 2005, durante o governo Rosinha Garotinho, e se expandiu no governo Sérgio Cabral. Não há, até o momento, qualquer investigação contra a ex-governadora.

Além de possíveis vantagens ilícitas que poderiam ser obtidas pelo grupo nos postos do Detran, os funcionários da terceirizada indicados pelos parlamentares ainda atuavam em campanhas políticas. Isso, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF), lhes garantiu votação expressiva nas regiões onde eles têm controle das unidades.

O esquema da Furna da Onça
O esquema de compra e venda de votos na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) movimentou ao menos R$ 54 milhões, segundo informou o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi. A declaração foi dada em entrevista coletiva nesta quinta-feira (8), após a deflagração da Operação Furna da Onça, que investiga o que o Ministério Público Federal chama de “mensalinho” da Alerj. Os valores chegavam a R$ 900 mil.

A investida cumpriu todos os 22 mandados de prisão – três alvos já estavam presos desde o fim de 2017, quando da Operação Cadeia Velha. No total, dez são deputados estaduais, cinco deles reeleitos.

Também foi alvo da operação o secretário estadual de Governo, Affonso Monnerat, apontado como o canal entre Alerj e Palácio Guanabara – o governador, Luiz Fernando Pezão, não é investigado.

O nome da operação é referência a uma sala ao lado do plenário da Alerj onde deputados se reúnem para discussões reservadas antes de votações.

22 mandados cumpridos:
PODER EXECUTIVO

  • Affonso Monnerat, secretário estadual de Governo, preso nesta quinta;
  • Leonardo Jacob, presidente do Detran, preso nesta quinta;
  • Vinícius Farah (MDB), ex-presidente do Detran, eleito deputado federal, preso nesta quinta.

PODER LEGISLATIVO

  • André Corrêa (DEM), deputado estadual reeleito e ex-secretário estadual de Meio Ambiente, preso nesta quinta;
  • Chiquinho da Mangueira (PSC), deputado estadual reeleito e presidente da escola de samba, preso nesta quinta;
  • Coronel Jairo (MDB), deputado estadual não reeleito, preso nesta quinta;
  • Edson Albertassi (MDB), deputado afastado – já preso em Bangu;
  • Jorge Picciani (MDB), deputado afastado – já em prisão domiciliar;
  • Luiz Martins (PDT), deputado estadual reeleito, preso nesta quinta;
  • Marcelo Simão (PP), deputado estadual não reeleito, preso nesta quinta;
  • Marcos Abrahão (Avante), deputado estadual reeleito, preso nesta quinta;
  • Marcus Vinícius Neskau (PTB), deputado estadual reeleito, preso nesta quinta;
  • Paulo Melo (MDB), deputado afastado – já preso em Bangu;

ASSESSORES E AUXILIARES

  • Alcione Chaffin Andrade Fabri, chefe de gabinete e operadora financeira de Marcos Abrahão – presa nesta quinta;
  • Carla Adriana Pereira, assessora de registros do Detran – presa nesta quinta;
  • Daniel Marcos Barbiratto de Almeida, enteado e operador financeiro de Luiz Martins – preso nesta quinta;
  • Jennifer Souza da Silva, empregada do Grupo Facility/Prol, vinculada a Paulo Melo – preso nesta quinta;
  • Jorge Luis de Oliveira Fernandes, assessor e operador financeiro de Coronel Jairo – preso nesta quinta;
  • José Antonio Wermelinger Machado, ex-chefe de gabinete e principal operador financeiro de André Corrêa – preso nesta quinta;
  • Leonardo Mendonça Andrade, assessor e operador financeiro de Marcos Abrahão – preso nesta quinta;
  • Magno Cezar Motta, assessor e operador financeiro de Paulo Melo – preso nesta quinta;
  • Shirlei Aparecida Martins Silva, ex-chefe de gabinete de Edson Albertassi e subsecretária dos Programas Sociais da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Social – preso nesta quinta.

Segundo o MPF, os “mensalinhos” e prêmios pagos para deputados se distribuíram da seguinte maneira:
André Corrêa (DEM): R$ 100 mil/mês
Edson Albertassi (MDB): R$ 80 mil/mês + R$ 1 milhão
Chiquinho da Mangueira (PSC): mais de R$ 3 milhões
Coronel Jairo (SD): R$ 50 mil/mês + prêmio
Jorge Picciani (MDB): R$ 400 mil/mês + prêmio
Luiz Martins (PDT): R$ 80 mil/mês + R$ 1,2 milhão
Marcelo Simão (PP): R$ 20 mil/mês
Marcos Abrahão (Avante): R$ 80 mil/mês + R$ 1,5 milhão
Marcus Vinicius “Neskau” (PTB): R$ 50 mil/mês
Paulo Melo (MDB): R$ 900 mil/mês + prêmio

O que dizem os citados
André Corrêa: ao chegar à PF, na Praça Mauá, André Corrêa afirmou que “quem não deve não teme”. “Sigo com a minha promessa de tirar o Psol da presidência da Comissão de Direitos Humanos”, emendou. Corrêa ainda garantiu que mantém a postulação à presidência da Alerj.

Affonso Monnerat: “O governo do estado desconhece os fatos e não teve acesso aos autos do processo”.

Chiquinho da Mangueira: A assessoria do parlamentar afirmou nesta quinta que ainda não conseguiu contato com o advogado dele.

Coronel Jairo: Assessoria do gabinete ainda não se pronunciou.

Leonardo Jacob: “O Detran está à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento.”

Luiz Martins: ninguém atendeu no gabinete do deputado.

Marcelo Simão: O gabinete estava vazio quando o G1 tentou contato.

Marcus Vinícius Neskau: A assessoria do deputado afirma que o parlamentar recebeu a ordem de prisão temporária com muita indignação e estranheza, justo em um período de articulações políticas sobre a votação para a próxima composição da Presidência da Alerj – onde o deputado já havia se manifestado pelo voto a favor do deputado André Corrêa. No entanto, o parlamentar segue seu compromisso com a população de dar transparência a seu mandato, afirmando sua inocência e colaborando com todas as investigações, prestando todos os esclarecimentos à Polícia Federal, Ministério Público e Justiça.

Vinícius Farah: “O sr. Vinicius Farah confia na Justiça e afirma que a situação será devidamente elucidada. Ele já se apresentou às autoridades em Brasília para os devidos esclarecimentos. Ele estava na cidade para agenda de trabalho”, disse, através de assessoria de imprensa

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Educação sexual é lei nas escolas alemãs

Educação sexual é lei nas escolas alemãs

Por: Karina Gomes – Da Deutsche Welle
Em: 02/11/2018 18h45
URL: https://universa.uol.com.br/noticias/deutsche-welle/2018/11/02/educacao-sexual-e-lei-nas-escolas-alemas.htm

Aulas sobre educação sexual começam já no ensino primário. Pais que impedem presença dos filhos podem ir para a prisão. Todos os 16 estados do país integram o ensino sobre o tema em várias disciplinas.Na Alemanha, a responsabilidade de ensinar as crianças sobre a vida sexual não é um papel exclusivo da família, mas um dever do Estado. A partir do ensino primário, os alunos começam a ter aulas sobre educação sexual.

Por lei, os 16 estados federais alemães são obrigados a promover a educação sexual nas escolas em parceria com instituições de aconselhamento familiar, com base num currículo nacional. A Central Alemã de Esclarecimentos sobre Saúde (BZgA), criada em 2003 como um centro especializado da Organização Mundial da Saúde (OMS), é a principal responsável pela implementação das diretrizes, que são guiadas pelos Padrões para a Educação Sexual na Europa (2010).

Os pais são informados antes de as aulas de educação sexual começarem, mas não têm direito a decidir se os filhos poderão ou não comparecer às aulas. Isso se deve a uma legislação que pune pais que deixam os filhos faltarem à escola.

Em 2013, um pai de nove crianças foi preso por proibir uma das filhas de frequentar as aulas de educação sexual numa escola primária do estado da Renânia do Norte-Vestfália. A mãe só não foi detida porque estava em fase de amamentação do bebê mais novo do casal. Em 2017, a família de origem russa decidiu retornar à Sibéria por não concordar com o sistema educacional alemão.

Mais do que ensinar sobre métodos contraceptivos e os aspectos biológicos dos órgãos sexuais, os professores alemães também discutem igualdade de gênero, valores sociais e emoções relacionadas à sexualidade e a relacionamentos. A abordagem do tema é holística, considerando os diferentes aspectos da sexualidade humana. Por isso, na maioria dos estados, a educação sexual é integrada a outras disciplinas, como ética, biologia, religião e ciências sociais. Em alguns estados, há disciplinas específicas de educação sexual nas escolas.

Tenho amigos alemães que receberam orientações sobre educação sexual também na crisma da Igreja Católica. Uma educadora trouxe dildos e camisinhas para que todos pudessem treinar como se proteger antes de uma relação sexual.

O índice de uso da pílula anticoncepcional é alto entre as jovens alemãs, assim como o uso da camisinha, o que contribui para os baixos índices de gravidez na adolescência no país. Quanto melhor a educação sobre o tema, menores as chances de se contrair doenças sexuais transmissíveis e de gravidez precoce.

Para a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a educação sexual é um tema urgente nas escolas e de maneira nenhuma incentiva o comportamento sexual de risco. Pelo contrário, os futuros jovens terão mais responsabilidade sobre saúde sexual e reprodutiva.

Na coluna Alemanices, publicada às sextas-feiras, Karina Gomes escreve crônicas sobre os hábitos alemães, com os quais ainda tenta se acostumar. A repórter da DW Brasil e DW África tem prêmios jornalísticos na área de sustentabilidade e é mestre em Direitos Humanos.

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Enem 2018: Desrespeito aos Direitos Humanos retira até 200 pontos da redação

Enem 2018: Desrespeito aos Direitos Humanos retira até 200 pontos da redação

Postado em 24/10/2018 14:01 / atualizado em 26/10/2018 11:12
URL: https://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/2018/10/24/internas_educacao,999690/enem-desrespeito-a-direitos-humanos-retira-ate-200-pontos-da-redacao.shtml

Até o ano passado, a prática poderia zerar a nota. Recomendação é “não romper com os valores de cidadania, liberdade, solidariedade e diversidade cultural”

A redação do Enem, um dos pontos altos da avaliação, costuma deixar muitos estudantes tensos. Ano passado, além de se concentrarem nas dicas de como elaborar um bom texto, os concorrentes tiveram que prestar bastante atenção na disputa entre o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Movimento Escola Sem Partido.

O motivo? Ideias contrárias ao que tange os Direitos Humanos seria motivo para zerar uma redação? Até 2017, o Inep acreditava que sim. Já os representantes da Escola Sem Partido defendiam que a regra seria contrária à liberdade de expressão. Um dia antes da prova, a então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, acatou a justificativa do movimento e suspendeu a decisão. O edital deste ano seguiu a mesma orientação.

Na prática, não mudou muita coisa. Isto porque, como aponta um dos critérios de avaliação da redação – a Competência 5 –, os estudantes devem “elaborar proposta de intervenção para o problema abordado que respeite os direitos humanos”. Ou seja, não basta apenas apresentar domínio da gramática, ortografia e todas as regras da escrita formal da língua portuguesa ou desenvolver uma boa linha de raciocínio argumentativa. É necessário também “não romper com os valores de cidadania, liberdade, solidariedade e diversidade cultural”, como aponta o Manual de Redação do Enem. A quinta competência de avaliação é responsável por 200 pontos, do total de 1000.

É importante compreender que a defesa dos Direitos Humanos não diz respeito a uma ideologia de um determinado grupo político. Falar desses direitos é garantir que qualquer cidadão tenha plena condição de vida. A Organização das Nações Unidas (ONU) define os Direitos Humanos como “direitos inerentes a todos os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou qualquer outra condição”.

Quando os direitos humanos são desrespeitados?

A Cartilha do Participante – Redação no Enem 2018, ou Manual de Redação, estabelece como ações que vão de encontro com Direitos Humanos a defesa à tortura, mutilação sumária e qualquer forma de justiça com as próprias mãos. É vedada ainda a “incitação de violência motivada por questões de raça, etnia, gênero, credo, condição física, origem geográfica ou socioeconômica; explicitação de qualquer forma de discurso de ódio (voltado contra grupos sociais específicos)”, diz o documento.

Segundo a cartilha – que traz uma alguns exemplos comentados de textos nota 1000 –, na redação do ano passado, cujo tema foi “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”, foram penalizados com nota zero na competência 5 os textos que feriram a dignidade da pessoa humana, negaram às pessoas surdas o direito de expressão e/ou à educação, propuseram um “ensurdecimento” das pessoas ouvintes entre outros pontos. Receberam nota zero na Competência 5 os seguintes exemplos:

– “Este grupo tem que ir para escolas especiais, tirando assim o contato dele com a sociedade”.
– “Surdos devem ter apenas o ensino básico, devem ser aposentados, não podem ter direito de estudar em uma universidade, não são pessoas normais, não podem trabalhar”.
– “A melhor decisão a ser tomada é o sacrifício logo após a descoberta da ‘maldição’, evitando o sofrimento de todas as partes e mantendo a sociedade no rumo da evolução”.

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TRF-4 decide que fase 48 da Lava Jato não é mesmo de Moro

TRF-4 decide que fase 48 da Lava Jato não é mesmo de Moro

Por: Ricardo Brandt, Luiz Vassallo, Julia Affonso e Fausto Macedo
São Paulo 19/10/201811h28
URL: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2018/10/19/trf-4-decide-que-fase-48-da-lava-jato-nao-e-mesmo-de-moro.htm

A apuração de irregularidades no DER-PR não pertence a Moro.

O Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) decidiu que o processo da Operação Integração – fase 48 da Lava Jato -, é mesmo de competência da 23.ª Vara Criminal Federal de Curitiba. A decisão, tomada na sessão de quarta-feira passada, dia 17, rejeita Recurso em Sentido Estrito do Ministério Público Federal e mantém entendimento do juiz Sérgio Moro, titular da 13.ª Vara Federal, que já havia mandado redistribuir os autos dessa investigação por entender que os fatos não têm ligação com o esquema de cartel e propinas instalado na Petrobras.

A Operação Integração é uma investigação sobre supostos desvios de recursos dos pedágios administrados pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná.

Segundo o Ministério Público Federal, o “esquema de contratações fraudulentas e desvios” fraudou o equilíbrio econômico financeiro do contrato de concessão com o Paraná, “além de gerar dinheiro em espécie para pagamento de vantagens indevidas a servidores públicos e também para enriquecimento dos próprios administradores e funcionários da concessionária”.

No dia 12 de junho, Moro abriu mão do caso, alegando “sobrecarga com as persistentes apurações de crimes relacionados a contratos da Petrobras e ao Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht”.

Ao recorrer ao TRF-4 contra a decisão de Moro em mandar redistribuir a investigação, o Ministério Público Federal alegou existência de “elementos de conexão fática com os delitos de lavagem de dinheiro e empresas ligadas aos operadores financeiros que autorizariam a competência exclusiva da 13.ª Vara Federal de Curitiba, com a instrução e julgamento realizados por Sérgio Moro”.

As defesas de vários alvos da Operação Integração apontaram “elementos técnicos processuais que demonstraram não ser de competência de Moro o processamento e julgamento da 48.ª fase da Lava Jato”. Segundo os defensores, não é possível estabelecer a competência da 13.ª Vara Federal “por não existir conexão fática entre os delitos”.

Gustavo Polido, advogado criminalista que realizou a sustentação oral perante os desembargadores da 8.ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, defendeu a tese de que a mera existência de operadores financeiros e de empresas relacionadas à Lava Jato, e que as semelhanças dos delitos de lavagem de dinheiro também semelhantes à Lava Jato, “não figuram hipótese de atribuição de competência de Moro”.

Polido defendeu enfaticamente a livre distribuição do processo penal, “para que não reste violado o princípio constitucional do juiz natural, bem como seja assegurada a correta e legítima aplicação e interpretação das normas contidas no Código de Processo Penal”.

Na sessão do dia 17 passado, o TRF-4 decidiu acolher a tese de defesa e negou provimento ao recurso interposto pelo Ministério Público Federal. Apenas o desembargador federal Victor Luiz dos Santos Laus ficou voto vencido. Participaram do julgamento, além de Laus, os desembargadores federais João Pedro Gebran Neto e Leandro Paulsen, ambos favoráveis à tese sustentada pela defesa.

“Desta forma, o processo relativo à 48.ª fase da Lava Jato, a Operação Integração, e seus respectivos desdobramentos, não retornarão ao juiz Sérgio Moro, mantendo-se sob a competência da 23.ª Vara Federal”, disse Gustavo Polido.

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Eleições 2018 – 2º turno – PT tira do ar links com manifestações de apoio à Venezuela

Eleições 2018 – 2º turno – PT tira do ar links com manifestações de apoio à Venezuela

Bernardo Barbosa
Do UOL, em São Paulo 12/10/201810h49
URL: https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/10/12/pt-tira-do-ar-links-com-manifestacoes-de-apoio-a-venezuela.htm

O PT deixou fora do ar, ao longo da quinta-feira (11), três links de seu site oficial com notas em que o partido manifestava apoio à Venezuela e ao governo de Nicolás Maduro. Um dos links voltou a funcionar na noite do mesmo dia.

O apoio do partido ao governo de Maduro há muito é criticado por opositores do PT, e o tema costuma ser usado por Jair Bolsonaro (PSL) e apoiadores para atacar a candidatura de Fernando Haddad (PT). A Venezuela vive uma grave crise política e humanitária, e o governo tem sido acusado de cometer violações de direitos humanos.

Neste segundo turno da eleição presidencial, Haddad tem se apresentado como fiador da democracia em oposição a Bolsonaro, que defende abertamente a ditadura militar brasileira (1964-1985) e tem sido retratado pela candidatura petista como violento e autoritário.

Haddad não confronta publicamente a posição do PT sobre a Venezuela, mas disse, em agosto, que não se pode caracterizar a Venezuela como uma democracia. Em setembro, em entrevista ao “Jornal da Globo”, o candidato foi questionado sobre a posição do PT e optou por responder qual seria a posição de um eventual governo do PT sob seu comando.

“É buscar mediação, reconhecendo que o ambiente não é o mais saudável”, disse.
Na quinta, ao “Jornal da Band”, quando indagado se o país era democrático, disse que “o problema é que o ambiente na Venezuela não é democrático”.

Link redireciona para elogio a Haddad
Um dos links do site do PT que saíram do ar era o que levava a uma nota de apoio do partido à Venezuela, datada de 3 de abril de 2017. Na tarde de quinta, quem clicava no link era redirecionado a uma outra nota no site do PT, datada de 30 de setembro de 2017, intitulada “Você sabia? Haddad já foi eleito o melhor prefeito da América Latina”.

Na nota de abril do ano passado, intitulada “PT divulga nota em apoio à Venezuela”, o partido criticava a conduta do governo de Michel Temer (MDB) diante da crise política venezuelana. O comunicado cita a declaração do chanceler Aloysio Nunes Ferreira, dada dias antes à Folha, de que manter a Venezuela no Mercosul seria “uma ficção que avacalharia” o bloco.

“Temos a convicção que o povo venezuelano saberá encontrar, por meios próprios, a solução para os seus conflitos”, diz a nota, assinada pelo então presidente do PT, Rui Falcão, e pela secretária de Relações Internacionais, Mônica Valente.

Pelo Twitter, na manhã de quinta, Jair Bolsonaro compartilhou o post de um apoiador que chamava a atenção para o fato de o link não estar funcionando. “Será que a ordem veio de dentro da prisão?”, disse o candidato, em uma alusão ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cumpre pena em Curitiba.

Partido culpa notícias falsas
Segundo o secretário de Comunicação do PT, Carlos Árabe, o bloqueio do acesso ao link foi feito por causa de mensagens de WhatsApp que estariam usando o comunicado como pretexto para distorcer a posição do PT sobre a Venezuela e disseminar notícias falsas.

Árabe disse que o link havia sido bloqueado e que a nota continuaria no site, mas que o partido estudava uma maneira de recolocá-la no ar. Segundo ele, foi identificado um “acesso desmedido a um determinado link específico”, e o PT já teria entrado com “medidas judiciais” a respeito.

“Não nos interessa manter bloqueado”, afirmou ao UOL.

Ao longo da noite de quinta, a reportagem questionou Árabe sobre como o PT identificou uma alta nos acessos ao link; como o partido descobriu que isso estava relacionado à disseminação de notícias falsas; e que medidas judiciais o partido tomou sobre o assunto, mas não teve resposta. O secretário também não deu detalhes do tipo de mensagem que estava sendo associada à noite sobre a Venezuela.

Partido elogiou eleições questionadas
O UOL também identificou mais dois links do site do PT em que o partido manifestava apoio à Venezuela de Maduro e que, ao longo da quinta-feira, estavam fora do ar.

Um deles, intitulado “Venezuela: mais uma vez, exemplo de democracia e participação cidadã!”, é datado de 16 de outubro de 2017. “O Partido dos Trabalhadores saúda o presidente Nicolás Maduro e seu partido, o PSUV, pela contundente vitória eleitoral nas eleições regionais deste domingo, 15 de outubro de 2017”, diz a nota assinada pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e por Mônica Valente.

O mesmo comunicado diz que o dia da eleição regional venezuelana seria lembrado “como o dia de uma vitoriosa jornada de democracia, onde mais de 60% do eleitorado atendeu à convocação democrática e compareceu, de maneira cívica e pacífica, manifestando seu apoio à paz, à democracia e à soberania na Venezuela.”

O outro link, datado de 21 de maio deste ano, voltou a funcionar durante a noite de quinta. Trata-se de uma nota conjunta do PT e do PCdoB sobre as últimas eleições venezuelanas, vencidas por Nicolás Maduro e questionadas pela OEA (Organização dos Estados Americanos).

Na nota, PT e PCdoB “felicitam o povo venezuelano pela retumbante vitória política e eleitoral do presidente Nicolás Maduro, reeleito neste domingo, 20 de maio, para mais um mandato de seis anos à frente da Revolução Bolivariana”.

“Este triunfo, expressão da vitalidade do sistema eleitoral democrático venezuelano e dos sólidos laços do governo com o povo, é contestado pelo imperialismo estadunidense e governos lacaios da região latino-americana e caribenha, entre estes o governo golpista de Michel Temer”, diz o comunicado.

A nota também diz que “o sistema político-eleitoral venezuelano aperfeiçoa-se progressivamente desde 1999” e “assegura à população um amplo direito de voto e é dotado de mecanismos de transparência e verificação.”

País vizinho vive crise humanitária
A Venezuela vive um cenário de caos. Além da crise política, o país passa por uma profunda crise humanitária, com escassez de alimentos e remédios, que levou centenas de milhares de venezuelanos a deixarem sua terra natal — cerca de 100 mil buscam refúgio no Brasil, o que levou a uma outra crise humanitária, desta vez no estado de Roraima. O FMI (Fundo Monetário Internacional) prevê uma inflação de 1.000.000% para este ano.

Na Assembleia Geral da ONU, mês passado, o presidente Nicolás Maduro disse que a crise humanitária no país foi criada para justificar uma intervenção militar estrangeira.

No fim de setembro, seis países das Américas enviaram ao TPI (Tribunal Penal Internacional) um pedido de investigação por crimes de lesa-humanidade cometidos pelo governo de Maduro desde 2014. O braço da ONU para direitos humanos pediu a criação de uma comissão internacional para investigar execuções extrajudiciais no país.

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