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Argentina concede certidão de nascimento sem menção de gênero
Por: AFP (Sem nome de autor ou autora)
Em: 06/11/2018 08h52
URL: https://universa.uol.com.br/noticias/afp/2018/11/06/argentina-concede-certidao-de-nascimento-sem-mencao-de-sexo.htm
Pela primeira vez na Argentina uma pessoa obteve sua certidão de nascimento, da qual deriva toda a documentação restante, sem qualquer menção de gênero, conforme a Lei de Identidade de Gênero aprovada em 2012 no país.
O caso ocorreu na província de Mendoza, 1.100 km ao oeste de Buenos Aires, por mera solicitação administrativa, sem mediação judicial.
Segundo uma resolução do governo provincial, o registro civil deverá elaborar uma nova certidão de nascimento na qual no lugar reservado para indicar o gênero da pessoa “deverá constar uma linha”.
Com a nova certidão a pessoa poderá solicitar às autoridades nacionais seu documento nacional de identidade onde se omita a especificação de gênero.
Apesar de a Lei de Identidade de Gênero permitir às pessoas terem documentos com o gênero autodeclarado, até agora nenhum registro de documentação havia aceitado que se omitisse indicar o gênero.
Sobre a pessoa solicitante, meios de comunicação locais divulgaram que tem 32 anos, é formada em Medicina e que solicitou a medida por não se considerar homem nem mulher.
“Juridicamente não havia argumentos para dizer não. Isto foi discutido com o governador e ele nos deu o aval para realizar esta decisão”, explicou à imprensa local o diretor do Registro Civil de Mendoza, Enzo Rizzo.
A Lei de Identidade de Gênero estabelece que “toda pessoa tem direito ao reconhecimento de sua identidade de gênero, ao livre desenvolvimento de sua pessoa conforme a sua identidade de gênero e a ser tratada de acordo com sua identidade de gênero, e em particular, a ser identificada desse modo nos instrumentos que certificam sua identidade”.
Um terço do Congresso eleito em 2018 responde a processos na Justiça
Por: Ana Beatriz Assam, Ana Neira, Carla Bridi, Luiz Raatz, Marcelo Godoy, Marianna Holanda, Matheus Lara, Paulo Beraldo, Túlio Kruse e João Abel e Victor Ohana, especial para a AE
Em: São Paulo 05/11/201811h00 > Atualizada 05/11/201812h20
URL: https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2018/11/05/13-do-congresso-eleito-e-alvo-de-investigacoes.htm
Um terço do novo Congresso é acusado de crimes como corrupção, lavagem, assédio sexual e estelionato ou é réu em ações por improbidade administrativa com dano ao erário ou enriquecimento ilícito. No total, são 160 deputados e 38 senadores. O levantamento feito pelo jornal O Estado de S. Paulo envolve casos em andamento nos Tribunais de Justiça dos Estados, na Justiça Federal, no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal.
Entre os alvos estão nomes conhecidos como os atuais senadores Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Aécio Neves (PSDB-MG). Presidente do PT, Gleisi é alvo na Lava Jato enquanto Aécio, ex-presidente do PSDB, é réu por corrupção na delação da J&F. Ambos conquistaram uma cadeira na Câmara. Aécio diz que “provará na Justiça que foi alvo de uma ação premeditada por criminosos confessos de mais de 200 crimes”. Gleisi não quis se manifestar.
Além de tucanos e petistas, há ainda integrantes do PSL, o partido do presidente eleito, Jair Bolsonaro, e de outras 21 legendas – apenas seis partidos não elegeram pessoas investigadas ou acusadas na Justiça. Ao todo, os parlamentares respondem a 540 acusações (379 contra deputados e 161 contra senadores), das quais 334 são por improbidade – 263 de deputados e 71 casos envolvendo senadores. Entre os crimes, as acusações mais comuns são as de lavagem de dinheiro (34), corrupção (29) e crimes eleitorais (16).
O partido com maior número de envolvidos é o PT. Trinta de seus 62 eleitos são investigados ou réus. A ex-prefeita de Fortaleza Luizianne Lins é uma das recordistas. Ela é alvo de processos por improbidade na Justiça do Ceará e no STJ. Sua defesa alega inocência. Proporcionalmente, o MDB é quem tem mais parlamentares enredados com a Justiça. São 16 deputados e oito senadores ou 52% da bancada no Congresso ante 48% do PT. Entre os atingidos está o líder do partido, o deputado Baleia Rossi (SP), alvo de uma ação por improbidade administrativa. Sua assessoria não respondeu.
O PSL de Bolsonaro já chega no parlamento com sete deputados ou 12,5% dos 56 congressistas eleitos na mira da Justiça – um oitavo deputado, Luciano Bivar teve reconhecida pela Justiça a prescrição do crime ambiental de que era acusado no dia 16, uma semana após o pleito. Procurado, não se manifestou. O levantamento do Estado não levou em consideração ações de danos morais e execuções fiscais, o que aumentaria os processados para 40% do Congresso.
Além da improbidade (um só deputado, Carlos Henrique Gaguim, do DEM-TO, responde a 153 ações), da corrupção, de crimes eleitorais e da lavagem de dinheiro, outras 31 condutas são imputadas aos parlamentares. As mais comuns são de formação de quadrilha (12), peculato (12), fraudes em licitação (10), falsidade ideológica (8) e crimes ambientais (6). Mas também foram identificados congressistas que respondem por crimes contra a ordem tributária, calúnia, homicídio, assédio sexual e delitos da Lei Maria da Penha.
Com o maior número de parlamentares, São Paulo é o Estado com mais alvos da Justiça. São 32 dos 73 deputados e senadores, ou 43,8% dos representantes paulistas. Amazonas (63,6%) e Alagoas (58,3%) têm, proporcionalmente, a maior quantidade de representantes com problemas. Segundo Estado com mais congressistas (56), Minas tem dez investigados. O Rio tem 14 de seus 49 parlamentares nessa situação. O Rio Grande do Norte é o único Estado que não elegeu acusados.
Siglas
Para o MDB, o fato de um candidato ser ou não réu não impede a candidatura. “O MDB defende o amplo direito à defesa de seus filiados e não antecipa julgamentos”. DEM e PSD informaram que as candidaturas são definidas com autonomia pelas instâncias partidárias. O DEM informou que “segue com rigor as determinações da Justiça para compor seu quadro de candidatos”. “O partido recomenda que os nomes a serem apresentados sejam ficha limpa”. O PSDB informou esperar que cada parlamentar faça sua defesa. A DC destacou que seu deputado não é condenado. PR, SD, PT, PP, PRB, PSC, PCdoB, PSB, Podemos, PTB, PPS, PROS, Avante, Patriota e PRP não responderam. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Deputado reeleito do DEM tem 153 processos
Reeleito deputado federal pelo Tocantins, Carlos Henrique Gaguim (DEM), tem 153 processos no Tribunal de Justiça estadual (TJ-TO), todos por improbidade administrativa, referentes ao período de um ano e meio em que foi governador interino.
“Desses processos, eu já ganhei 46, só faltam uns 100 e se Deus quiser vamos ganhar todos”, afirmou Gaguim ao jornal O Estado de S. Paulo sobre sua situação. “Não tem nenhum transitando em julgado, não sou condenado em nenhum.”
As ações são principalmente relacionadas a uma investigação aberta em 2013 pelo Ministério Público sobre a possível venda irregular de lotes públicos em Palmas. A suspeita é de que os terrenos, administrados na época pela extinta Companhia de Desenvolvimento do Estado, eram dados em troca de favores políticos. “A responsabilidade era do secretário, não mandei ninguém fazer isso. Tinha autonomia e decretos onde a pasta era responsável por isso.”
O deputado Gaguim também foi alvo da 6ª fase da Operação Ápia, que investiga um esquema de desvio de dinheiro público de obras de infraestrutura no Tocantins.
A fase foi aberta após delação do empreiteiro Rossine Ayres Guimarães, que revelou pagamento de propina a políticos do Estado, inclusive Gaguim. “Ele falou que no meu governo tinha dado o dinheiro para uma pessoa mas não falou que foi para mim, tanto que todas as testemunhas negaram”, diz.
Segundo o advogado Publio Borges Alves, que defende Gaguim, a ação do MP foi proposta com base em uma análise preliminar do Tribunal de Contas acerca do convênio firmado com o Banco do Brasil para financiamento das obras, julgada legal pelo próprio TCE/TO.
O deputado ainda foi condenado por improbidade pelo TJ-TO no ano passado, acusado de usar a Ouvidoria do Estado para campanha eleitoral em 2010. Recorreu. De acordo com Publio, “as consultas eram de questões qualitativas referentes a administração do Estado”.
Apesar da quantidade de processos, o advogado frisa que “foi uma candidatura sem nenhum questionamento exatamente porque não há nada de substancial ou condenatório que impedisse”.
Ator da Globo confirma teste do sofá, suruba e fio terra várias vezes
By fhilipepelajjio
Em: 03/11/2018
URL: http://blogbhgay.moonbh.com.br/sidney-sampaio-antonnia-fontinelle/
Ele é considerado como um dos atores mais bonitos que já atuaram na TV Globo, mas por, segundo ele, se recusar a ficar com diretores, acabou perdendo papeis.
O ator Sidney Sampaio contou sobre isso e outros assuntos em entrevista concedida para o canal no YouTube de Antonia Fontenelle.
Sem pudor algum, ele contou que a prática do teste do sofá existe, sim, na Globo e que ele deixou de fazer trabalhos por se recusar a usar a prática.
“As coisas são bem veladas, é tipo ‘se cair na rede, é peixe’ e como eu não caí na rede, eu também não trabalhei, eu não fiz a novela. É triste, por que é um limitador muito pequeno você fechar o espaço pra quem quer trabalhar, pra quem quer ser profissional, é muito triste pro valor artístico da obra, pra tudo…”, disse.
Eles também assumiu que já experimentou fazer um fio terra. Ou melhor, que fizessem com ele:
“Já me permiti experimentar essa sensação, mas eu confesso, sem preconceito nenhum, que, tipo, eu não curti… eu vou broxando.
Ninguém conseguiu me fazer sentir prazer com isso ainda. Todas as vezes que tentaram fazer em mim, eu oonnnn (broxei). Até agora só dei ruim, não foi legal”.
Já aos 15 anos, o ator já se relacionava com várias pessoas na cama ao mesmo tempo: “Tinha. Eu já fiz, não nego, foi divertido, foi engraçado, mas não é uma coisa que me satisfaça… não me satisfaz plenamente”.
Ele também disse que após um conselho da atriz Adiana Esteves, parou de sair com os colegas de novela:
“Uma vez eu escutei uma frase da Adriana Esteves. Ela falou assim ‘Cara, sabe quando eu comecei a ter um melhor desempenho com os meus personagens? Quando eu comecei a parar de sair com os meus colegas de trabalho’
Alguns record do Mineirão antigo do Cruzeiro Esporte Clube
Alguns records de públicos recentes do Mineirão do Cruzeiro.
[1992 – Supercopa] Cruzeiro x Racing – 90 mil (Record de Público da Supercopa e record mundial de média de público em um campeonato oficial 73 mil)
[1997 – Campeonato Mineiro] Cruzeiro x Villa Nova -132.834 (Record de Público do Mineirão e do Campeonato Mineiro)
[1997 – Libertadores] Cruzeiro x Sporting Crystal – 105 mil (Record da Libertadores)
[2002 – Copa Sul Minas] Cruzeiro x Atlético Paranaense – 75 mil (Record de Público da Copa Sul Minas)
[2003 – Copa do Brasil] Cruzeiro x Flamengo – 85 mil (Record da Copa do Brasil)
Mundial InterClubes, Cruzeiro x Bayern de Munich (113.715->Record de público do Mundial de Clubes)
Diretor-executivo da GE e mais 22 são denunciados por fraudes na saúde
Em: 8.ago.2018 às 9h43
Por: Italo Nogueira
URL: https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/08/diretor-executivo-da-ge-e-mais-22-sao-denunciados-por-fraudes-na-saude.shtml
Denúncia é desdobramento da Operação Ressonância, deflagrada no mês passado
O principal executivo da General Electric para a América Latina, Daurio Speranzini Junior, e outras 22 pessoas foram denunciadas nesta terça-feira (7) sob acusação de formação de quadrilha e fraude a licitações no Into (Instituto Nacional de Traumatologia) e na Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro.
A denúncia é desdobramento da Operação Ressonância, deflagrada no mês passado. Também são acusados o ex-secretário Sérgio Côrtes, o ex-diretor do Into André Loyelo e o empresário Miguel Iskin, apontado como o organizador das fraudes aos pregões internacionais desde 1996.
As acusações contra Speranzini, atualmente preso preventivamente, referem-se principalmente a fatos relacionados ao período em que ele esteve à frente da Philips Medical no Brasil, até 2010. A Procuradoria cita, contudo, caso ocorrido após ele assumir cargo na GE.
Outro executivo da Philips do Brasil, Frederik Knudsen, também foi denunciado.
De acordo com as investigações, Iskin cobrava um “pedágio” de 13% sobre os valores de contratos para fornecimento de próteses e órteses. A comissão cobrada para empresas internacionais chegava a 40%, segundo o Ministério Público Federal.
Grande parte das informações sobre a atuação da Philips no Brasil foi obtida por meio do depoimento de um ex-funcionário da companhia, já conhecidas desde a prisão de Speranzini Junior.
Segundo a Procuradoria, a testemunha relatou ao setor de compliance as fraudes organizadas por Iskin, sem que a empresa tomasse qualquer atitude para evitá-las.
“A conivência de executivos da Philips nas práticas criminosas restou evidenciada pela reação da empresa diante das denúncias, o que, à época, gerou apenas a intervenção administrativa da multinacional junto ao Ministério da Saúde para retirada do nome da sociedade do contrato firmado em decorrência da licitação, sem que fosse apontado o sobrepreço ao referido órgão ou rescindido o contrato firmado com a empresa Rizzi [representante comercial]”, afirma o MPF.
A Procuradoria afirma ainda que Speranzini Junior foi demitido em 2010 “após investigação interna”.
Em e-mail enviado à Philips em 2011, contudo, ele pede proteção legal por “anomalias” que manteve contato à frente da empresa, citando o caso da Rizzi.
O executivo foi contratado pela GE no ano seguinte como gerente-geral de sistemas de saúde. Foi promovido a vice-presidente comercial e executivo-chefe para a América Latina, antes de chegar ao posto de CEO (equivalente a diretor-executivo) no continente.
A Procuradoria afirma que Speranzini Junior “permaneceu atuando junto a integrantes da organização criminosa ao menos até 2015”. Como a Folha revelou, a GE realizou exportações para o Brasil ao menos quatro vezes por meio de empresas ligadas a Iskin.
A estrutura do cartel foi detalhada por duas empresas em acordo de leniência com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Foram listadas ao Cade 70 licitações afetadas pelo cartel, com o envolvimento de 37 empresas.
O dono da leniente Per Prima, Leandro Carmago, afirmou que a lista de compras no Into era feita de acordo com as prioridades de Iskin, e não das necessidades do hospital. A estimativa, considerada conservadora, é de que os danos aos cofres públicos tenham chegado a R$ 600 milhões.
Outro elemento da investigação é a delação premiada do ex-subsecretário de Saúde César Romero, que também originou a Fatura Exposta. Em depoimento, ele detalhou o cartel que foi adotado na Secretaria de Saúde. O colaborador mencionou 18 multinacionais do setor de saúde.
O outro lado
Em nota à época da prisão de Speranzini, a GE afirmou que a empresa não é alvo das investigações e que está à disposição para colaborar com as autoridades.
“A respeito da operação da Polícia Federal conduzida na manhã de hoje, que resultou na prisão temporária de Daurio Speranzini Jr., esclarecemos que as alegações são referentes ao período em que o executivo atuou na liderança de outra empresa”, diz o comunicado.
Por meio de sua assessoria de imprensa no Brasil, a Philips informou à época que “ainda não teve acesso ao processo, no entanto, está cooperando com as autoridades para prestar quaisquer esclarecimentos quanto às alegações apresentadas, que datam de muitos anos atrás”.
“Os atuais líderes executivos da Philips não são parte da ação da Polícia Federal; um colaborador da equipe de vendas da Philips foi conduzido para prestar esclarecimentos”, afirma em nota.
Senado aprova nomeação de André Pepitone para diretor-geral da Aneel
Por: MARLLA SABINO
Em: 07.ago.2018 (terça-feira) – 22h13
atualizado: 07.ago.2018 (terça-feira) – 22h34
URL: https://www.poder360.com.br/economia/senado-aprova-nomeacao-de-andre-pepitone-para-diretor-geral-da-aneel/
Efraim da Cruz assume posto na diretoria
Posse está prevista para dia 15 no MME
Michel Temer ainda pode indicar 1 nome
André Pepitone foi sabatinado pela Comissão de Infraestrutura em 11 de julho
O Senado aprovou nesta 3ª feira (7.ago.2018) a indicação de André Pepitone da Nóbrega para a diretoria geral da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) no lugar de Romeu Rufino, que deixa o posto no dia 13 de agosto.
A cerimônia de posse está marcada para a próxima 4ª feira (15.ago.2018), no Ministério de Minas e Energia.
Pepitone integrava a diretoria da agência desde 2010. Para o seu lugar foi indicado Efrain Pereira da Cruz. A recomendação também foi aprovada pelo Senado nesta 3ª. Os 2 diretores foram sabatinados pela Comissão de Infraestrutura em 11 de julho, antes do recesso parlamentar.
Segundo a assessoria da Casa, como as indicações para as agências reguladoras são feitas pelo Presidente da República, não é necessária sanção presidencial. Apenas é feita uma comunicação por ofício do Senado Federal à Casa Civil.
No dia 13 de agosto também vence o mandato de Tiago Correia, que deixará o órgão. Havia expectativa de recondução para 1 segundo mandato, mas o próprio diretor confirmou que está de saída da agência nesta 2ª feira (6.ago.2018).
Com a saída de Correia, o presidente Michel Temer ainda poderá apontar mais 1 nome para a agência do setor elétrico.
Com a nomeação, o presidente terá escolhido todos os 5 diretores da agência. Além da promoção de Pepitone e do nome de Efraim, o emedebista nomeou Rodrigo Limp e Sandoval Feitosa, que assumiram postos na diretoria em 13 de junho.
PF vê “indícios muito claros” de que dinheiro do narcotráfico foi para políticos corruptos
Por: Leandro Prazeres
Em: Do UOL, em Brasília 15/05/201811h26
URL: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2018/05/15/dinheiro-do-trafico-pode-ter-ido-parar-nas-maos-de-politicos-corruptos-diz-pf.htm
Agentes da PF cumprem mandado de busca e apreensão da Operação Efeito Dominó
O delegado da Polícia Federal responsável pela Operação Efeito Dominó, Roberto Biasoli, disse nesta terça-feira (15) que há indícios de que dinheiro oriundo do narcotráfico tenha sido entregue a políticos e agentes públicos corruptos investigados pela Operação Lava Jato. “Há indícios de um vínculo muito claro do dinheiro do narcotráfico, em espécie, indo parar nas mãos de políticos”, afirmou Biasoli.
A Operação Efeito Dominó foi deflagrada nesta terça-feira e prendeu oito pessoas, entre elas dois doleiros que atuavam para o narcotraficante Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, conhecido também como o “embaixador do tráfico”. Ele é apontado pela PF como o maior traficante de drogas do Brasil e um dos maiores do mundo.
O vínculo entre o narcotráfico e as investigações da Operação Lava Jato é o doleiro Carlos Alexandre Souza Rocha, o Ceará. Em 2015, ele firmou um acordo de colaboração premiada com a PGR (Procuradoria-Geral da República) que foi homologado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
No acordo, Ceará afirma que trabalhava para o doleiro Alberto Youssef como entregador de valores e mencionou repasses de dinheiro em espécie direcionados a diversos políticos como os senadores Fernando Collor de Melo (PTC-AL), Renan Calheiros (MDB-AL) e Aécio Neves (PSDB-MG). Os repasses teriam sido ordenados por empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato.
Biasoli diz que há indícios de que Ceará trabalhava como doleiro tanto para o narcotráfico quanto para o esquema investigado pela Operação Lava Jato. A suspeita é de que dinheiro recebido por Ceará oriundo do tráfico de drogas era depois repassado a políticos e agentes públicos.
De acordo com o delegado, há indícios de que Ceará prestou serviços financeiros ilegais a Cabeça Branca em 2016, período posterior à homologação do seu acordo de colaboração premiada.
Lava Jato
Biasoli afirma que, durante seus depoimentos à Operação Lava Jato, Ceará havia dito que ele seria atrativo a Youssef por ter acesso a dinheiro em espécie oriundo da venda de relógios e vinhos. O delegado diz acreditar que, na realidade, a liquidez à qual Ceará tinha acesso era resultado da sua atuação junto ao tráfico de drogas.
“Sistema de compensação”
Igor Romário de Paula, delegado regional de Combate ao Crime Organizado da PF no Paraná, afirma que os doleiros atuam como se fossem uma espécie de câmara de compensação bancária e que o dinheiro oriundo de uma atividade criminosa pode ser repassado a outro cliente que atue em outro ramo do crime.
O delegado disse que, na maioria das vezes, os “clientes” dos doleiros não sabem a origem do dinheiro que estão recebendo. Não há indícios, segundo a PF, de que as empreiteiras ou os políticos investigados pela Operação Lava Jato soubesse que o dinheiro operacionalizado pelos doleiros tinha origem no narcotráfico.
Em geral, doleiros usam dinheiro em espécie para realizar transações financeiras ilegais sem que as autoridades tenham conhecimento. Nesse meio, segundo a polícia, ter acesso a esses recursos com facilidade (liquidez) é extremamente valorizado.
“Ele (Ceará) atende a diversos tipos de clientes, mas não há, necessariamente, uma vinculação entre eles. A atuação do que a gente chama de doleiro é um sistema de compensação”, afirmou o delegado.
Biasoli disse que a prisão de Ceará será comunicada ao juiz da 13ª Vara Federal da Justiça Federal do Paraná, Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, à PGR e ao STF.
Por ter, segundo a PF, continuado a atuar como doleiro, Ceará corre o risco de perder os benefícios que conseguiu ao firmar o acordo de delação premiada.
Quem é Cabeça Branca
Luiz Carlos da Rocha, o Cabeça Branca, é apontado pela PF como o maior traficante de drogas do Brasil e um dos maiores do mundo. Ele foi preso pela Polícia Federal em julho de 2017 durante a primeira fase da Operação Spectrum.
Planilhas encontradas durante esta fase indicam que entre 2014 e 2017 ele tenha comercializado 27 toneladas de cocaína e movimentado pelo menos US$ 138 milhões. Em depoimentos à PF, ele admitiu seu envolvimento com o tráfico internacional de drogas.
Cabeça Branca está preso na penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Presos, Cunha, Picciani, Paulo Melo e Albertassi vão lançar parentes ou aliados nas eleições
Danielle, filha do ex-presidente da Câmara, tentará ser deputada federal.
Presos preventivamente desde novembro do ano passado, os deputados estaduais do Rio Jorge Picciani — presidente afastado da Assembleia Legislativa (Alerj) —, Edson Albertassi e Paulo Melo, todos do PMDB, vão tentar manter parte do poder que tinham lançando integrantes de seu grupo político e familiares para concorrer nas eleições. Esse também é o caso do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso no Complexo Médico Penal, em Curitiba, desde 2016.
Filha de Cunha, a publicitária Danielle é pré-candidata a deputada federal pelo Rio. Esta é a primeira vez que ela disputará um mandato eletivo. Quando o pai comandava a Câmara, Danielle aproveitava o livre acesso que tinha ao plenário e aos gabinetes dos deputados para captar clientes. Ela oferecia trabalho de assessoria, divulgação de mandatos e marketing político. Na época, a filha de Cunha conquistou as contas de, pelo menos, três deputados aliados do pai, que a pagavam com a cota parlamentar a que tem direito.
Já Jorge Picciani escolheu como seu substituto na Alerj o ex-prefeito de Queimados Max Lemos, que pretende concorrer para deputado estadual. Atual líder do PMDB na Assembleia, Rafael, filho de Picciani, não disputará a reeleição. Ele vai se dedicar aos negócios da família, já que seu irmão, Felipe, que tinha essa tarefa, está preso. O outro irmão, Leonardo, tentará a reeleição para deputado federal.
A ideia inicial era que Lemos concorresse para deputado federal, e não estadual, mas a prisão de Jorge Picciani provocou a mudança de planos.

— É uma forma de tentar reorganizar a nossa bancada na Assembleia, dar um volume maior para ela de novo — afirmou o ex-prefeito de Queimados, que é cotado para suceder a Jorge Picciani na presidência estadual do PMDB do Rio.
Apesar dos problemas enfrentados pelo partido no estado, a expectativa de Lemos é fazer a maior bancada da Alerj, elegendo de oito a dez representantes. Ele é o responsável por organizar a lista de candidatos a deputado estadual do PMDB.
Na janela para a troca de partido, encerrada no início deste mês, o PMDB foi o que mais perdeu deputados na Assembleia. Foram cinco baixas e uma filiação. Assim, na prática, a bancada peemedebista, formalmente com 11 integrantes, deixou de ser a maior da Casa, já que três (Jorge Picciani, Paulo Melo e Albertassi) estão afastados do mandato. O PMDB acabou ficando do mesmo tamanho do que o PDT, com oito deputados.

Max Lemos, ex-prefeito de Queimados, é o candidato de Picciani – Gustavo Azeredo / /Extra
O ex-prefeito de Queimados tentou minimizar o desgaste do partido na eleição:
— No meu caso específico, independentemente de ser do PMDB, de já ter feito campanha ao lado do (Jorge) Picciani, eu tenho uma história, tenho uma trajetória: fui vereador, presidente da Câmara, prefeito duas vezes.

Além de ter suas principais lideranças presas, como o ex-governador Sérgio Cabral, o PMDB ainda arca com a falência do estado, que culminou com o atraso de salários e aposentadorias, além da intervenção federal na Segurança Pública.
Entre os que pretendem tentar uma vaga na Alerj pelo PMDB está a mulher de Paulo Melo, Franciane Motta, ex-prefeita de Saquarema, na Região dos Lagos. Ela já está em ritmo de pré-campanha. No último dia 22, por exemplo, Franciane compareceu a duas feijoadas. “Hora de comer mais um pouquinho”, escreveu ela em uma rede social.
Já Albertassi deve ter dois integrantes de seu grupo político na disputa para a Câmara dos Deputados: América Tereza, ex-presidente da Fundação para a Infância e Adolescência (FIA), e Jackson Emerick, subdiretor da TV Alerj. América já disputou o cargo na última eleição e ficou como suplente.
Edifício Solaris – Guaruja
Solaris data de entrega Abril de 2010.
O endereço dos apartamentos a venda na planta do empreendimento condomínio edifício Solaris é Avenida General Monteiro De Barros, 656, Vila Luis Antonio, Guaruja – SP CEP 11420-010.
Feito em parceria com a Bancoop (cooperativa de bancários).
Devia em IPTU para a prefeitura de guarujá em 2018, 102.5 mil reais. Prefeitura pediu para o Leilão a ser realizado dia 15 de maior de 2018 para Moro efetuar a quitação deste débito.
Ignorando juros, o valor médio do IPTU do Triplex do Lula é de aproximadamente 12.812,50 reais por ano.
O Bancoop é uma cooperativa de crédito do Sindicato dos Bancários de São Paulo, há anos presidido por petistas e vinculado à CUT (Central Única dos Trabalhadores). Lideranças do PT e da CUT adquiriram imóveis financiados pelo Bancoop.
Vaccari é vizinho de Lula em prédio no litoral paulista
Tesoureiro do PT é dono de apartamento no edifício em Guarujá, vendido por cooperativa que ele presidia.
O tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, é proprietário de um apartamento no edifício Solaris, em Guarujá (SP), onde o casal Luiz Inácio Lula da Silva e Marisa Letícia Lula da Silva tem um tríplex avaliado entre R$ 1,5 milhão e R$ 1,8 milhão. Vaccari é acusado de estelionato em processo que tramita na 5ª Vara Criminal de São Paulo, referente ao período em que presidia a Cooperativa Habitacional dos Bancários (Bancoop), que vendeu, mas não entregou, apartamentos a cerca de 3.100 pessoas.
A Bancoop também comercializou os 122 apartamentos do Solaris, de 2006 a 2010, período em que Vaccari era o presidente da cooperativa. Na época, o prédio se chamava Mar Cantábrico. Como a obra passou por problemas, a Construtora OAS foi contratada em 2010 pela Bancoop para finalizar a construção.
Um apartamento no prédio custa, em média, R$ 750 mil. A lista com o nome de Vaccari como um dos proprietários está anexada ao processo na 5ª Vara Criminal, movido pelos mutuários da cooperativa que se sentiram lesados.
Devido a irregularidades na Bancoop, Vaccari foi denunciado por estelionato pelo Ministério Público Estadual no final de 2010. Nesse mesmo ano, a denúncia foi aceita pela juíza da 5ª Vara Criminal, Cristina Ribeiro Leite Balbone Costa.
Além do casal Lula da Silva e Vaccari, outros petistas e ex-dirigentes da Bancoop têm apartamentos no Solaris. É o caso de Ana Maria Érnica, diretora financeira da Bancoop. Érnica também é ré por estelionato no processo na 5ª Vara Criminal. Os outros réus são: Edson Botelho Fraga, Letycia Achur Antonio, Henir Rodrigues de Oliveira e Helena da Conceição Pereira Lage.
MAIS PETISTAS PROPRIETÁRIOS
Também Heitor Gushiken, primo do ex-ministro do governo Lula, Luiz Gushiken, morto em 2013, é dono de apartamento no Solaris. Heitor negou qualquer privilégio na obtenção do imóvel. Ele disse ao GLOBO esta semana que quitou todas as prestações do apartamento à Bancoop e ainda teve que pagar mais R$ 160 mil para a OAS, que cobrou dos associados da cooperativa uma diferença pelo término da obra.
Simone Messeguer Pereira Godoy, mulher de Freud Godoy, tem apartamento no Solaris. Freud foi segurança do ex-presidente Lula e chegou a ter seu nome envolvido na compra do dossiê contra o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB), em 2006, no que ficou conhecido como escândalo dos aloprados.
Na época, Serra era ex-ministro da Saúde e disputava o governo de São Paulo contra o petista Aloizio Mercadante, atual ministro-chefe da Casa Civil. Os petistas tentaram comprar um dossiê com falsas acusações ao tucano. Lula, na ocasião, chamou os petistas envolvidos de aloprados.
A petista Marice Correia de Lima, cunhada de Vaccari, também é dona de um apartamento num prédio construído pela Bancoop. No último dia 18 de novembro, ela foi levada coercitivamente a depor na Polícia Federal de São Paulo, no decorrer da Operação Lava-Jato, para explicar por que recebeu R$ 244 mil da OAS.
Marice é proprietária do apartamento 193-A do Edifício Mirante do Tatuapé, no Bairro do Tatuapé, em São Paulo. Ela adquiriu o imóvel junto à Bancoop em 2006, quando o cunhado presidia a cooperativa.
No mesmo prédio do Tatuapé, os apartamentos de número 163-A e 173-A estão em nome da Central Única dos Trabalhadores (CUT), onde Marice trabalhou como colaboradora da Confederação Sindical de Trabalhadores das Américas. A confederação é ligada à CUT e também teve Vaccari como tesoureiro.
EMPREENDIMENTO NA MOOCA
Outro empreendimento edificado pela Bancoop é o Torres da Mooca. Nele, Mirelle Nóvoa de Noronha, filha da ex-secretária de Lula, a petista Rosemeire Nóvoa Noronha, é dona de um apartamento.
Rose, como Rosemeire é conhecida, foi chefe de gabinete do escritório regional da Presidência da República em São Paulo. Ela foi flagrada pela Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, em 2012, negociando favores em nome da Presidência e obtendo empregos para seus familiares no governo Lula, inclusive para a filha. O irmão de Rose, Edson Lara Nóvoa, também tem apartamento no prédio da Mooca.
Ainda têm apartamentos no prédio dois ex-assessores de Lula: José Carlos Spinoza, ex-chefe de gabinete do Escritório Regional da Presidência da República em São Paulo, e Rogério Pimentel, ex-assessor do gabinete pessoal de Lula.
O apartamento 174 do Torres da Mooca pertence a um outro personagem envolvido no caso dos aloprados: Osvaldo Bargas, ex-diretor da CUT.