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Cruzeiro Esporte Clube e os atuais processos na FIFA

Cruzeiro Esporte Clube e os atuais processos na FIFA

Atualmente, clube deve cerca de R$ 50 milhões em processos na entidade.

Os débitos do Cruzeiro em ações movidas na Fifa:

Cotação das moedas no dia 7/11
Dólar: R$ 3,27
Euro: R$ 3,79

 

Arrascaeta – Defensor Sporting Club (Uruguai)

Valor: 1.151.500,00 de euros (R$ 4.364.185,00)

Destaque do Defensor do Uruguai na Copa Libertadores de 2014, Arrascaeta foi comprado pelo Cruzeiro por 4 milhões de euros (cerca de 12 milhões de reais por 50% dos direitos econômicos) em janeiro de 2015. O empresário Pedro Lourenço, dono da rede de supermercados BH, emprestou ao clube 50% do valor, que foi repassada de imediato aos uruguaios. A outra metade, conforme explicado à época pelo então gerente de futebol Valdir Barbosa, seria paga em 29 parcelas de 70 mil euros. Em função desse atraso, o Defensor recorreu à Fifa para tentar receber a dívida.

Alheio à situação, Arrascaeta tem jogado bem pela Raposa e caiu nas graças da torcida. Com 137 jogos e 34 gols, o camisa 10 está próximo de ser o estrangeiro que mais defendeu a agremiação.
Em documento divulgado recentemente, o Cruzeiro informou ser detentor de 30% dos direitos econômicos do jovem de 23 anos, que deverá fazer parte do elenco da Seleção do Uruguai na Copa do Mundo de 2018.

 

Willian – Club FC Zorya (Ucrânia)

Valor: 1 milhão de euros (Willian: R$ 3,79 milhões)

Willian veio para o Cruzeiro em julho de 2013 como compensação da compra de Diego Souza pelo Metalist, da Ucrânia. Na ocasião, foi assinado um contrato de empréstimo de um ano, após o qual o clube mineiro teria opção de aquisição de 100% dos direitos econômicos por 3,5 milhões de euros parcelados em sete vezes. Campeão brasileiro em 2013 e do Mineiro de 2014, o atacante agradou diretoria e comissão técnica, marcando 15 gols em 61 jogos, e ficou em definitivo na Toca da Raposa II.

A história de Willian no Cruzeiro se estendeu, com o atleta atingindo 185 partidas e 40 gols. Sua última temporada, contudo, foi apagada, e a cúpula celeste acertou uma troca definitiva por Robinho, que pertencia ao Palmeiras. Pelo time paulista, o atacante ostenta números de respeito em 2017: 48 jogos e 17 gols. Enquanto isso, o departamento jurídico cruzeirense tenta resolver a pendência com o FC Zorya, que passou a ser o responsável pelo processo desde que o Metalist foi excluído da Liga da Ucrânia em decorrência de dívidas.

 

Gonzalo Latorre – Club Atlético Atenas (Uruguai)

Valor: US$ 3,7 milhões (R$ 12.099.000,00)

Sem dúvidas é o caso que mais chama a atenção. Gonzalo Latorre, de 21 anos, jamais atuou pelo time principal do Cruzeiro. Nem no Brasileiro de Aspirantes, torneio criado recentemente para jogadores sub-23, o uruguaio conseguiu se firmar. Ainda assim, o clube celeste se propôs a pagar 3,7 milhões de dólares – contando impostos e outros encargos – em sua contratação. A explicação mais plausível é que o acerto de Arrascaeta estava condicionado à aquisição de Latorre – fato já admitido pelo presidente Gilvan de Pinho Tavares. De qualquer maneira, as cifras dessa transação assustam.

Como comparação, Raniel, que tem a mesma idade, foi adquirido por 2 milhões de reais ao Santa Cruz (70% dos direitos). Antes de machucar as duas coxas e perder o restante da temporada, ele marcou quatro gols em 23 jogos e teve participação importante na conquista do pentacampeonato da Copa do Brasil. Já Latorre, que não se firmou nem mesmo noSambenedettese – clube da Série C da Itália –, é motivo de cobrança de mais de 12 milhões de reais pelo Clube Atlético Atenas, da Segunda Divisão Uruguaia.

 

Denilson – Al Wahda (Emirados Árabes Unidos)

Valor: 850 mil euros (R$ 3.221.500,00)

O ex-volante de São Paulo e Arsenal da Inglaterra chegou ao Cruzeiro com pinta de que seria uma referência na equipe. Porém, um problema de lesão atrasou sua estreia, que ocorreu mais de um mês depois da contratação. Sem contar os salários, Denilson custou ao clube cerca de R$ 644 mil por partida(5 jogos). Ou melhor, custaria. Isso porque não houve até aqui o pagamento ao Al Wahda, dos Emirados Árabes Unidos, pelo empréstimo acertado em julho de 2016. A agremiação árabe espera receber 850 mil euros pela transferência.

 

Rafael Sobis – Tigres (México)

Valor: US$ 2 milhões (R$ 6,54 milhões)

O pagamento ao Tigres pela compra de Rafael Sobis foi parcelado. Acontece que o Cruzeiro está devendo duas prestações de US$ 1 milhão cada. E nos próximos dias, o débito aumentará, pois a data de vencimento de outra parte se aproxima. Enquanto isso, a diretoria que assumirá o clube celeste a partir de janeiro do ano que vem tenta resolver o impasse. Sobis, inclusive, poderia se transferir para o também mexicanoQuerétaro.O valor pedido pela Raposa abateria a dívida atual com o Tigres.

O camisa 7, que se recuperou de dores nas articulações, voltou a ficar à disposição de Mano Menezes nesta reta final de Campeonato Brasileiro. O treinador, inclusive, afirmou que gostaria de contar com o atleta em 2018, quando o time disputará a Copa Libertadores. Em 77 jogos pelo Cruzeiro, Rafael Sobiscontabiliza 20 gols. Ele tem contrato até dezembro de 2019.

 

Duvier Riascos – Monarcas Morelia (México)

Valor: US$ 1,145 milhões (R$ 3.744.150,00)

Marcado por perder o pênalti pelo Tijuana-MEX contra o Atlético na Copa Libertadores de 2013, Riascos foi comprado pelo Cruzeiro em janeiro de 2015, quando defendia o Morelia, também do México. À época, foi divulgado o pagamento de 3 milhões de dólares por 50% dos direitos. O clube mexicano, no entanto, não recebeu a totalidade desse montante.

Como não se firmou no Cruzeiro, Riascos foi emprestado ao Vasco, pelo qual teve boa passagem. Em 49 jogos, marcou 17 gols e chamou a atenção da comissão técnica celeste, que quis dar ao atleta uma nova oportunidade. O colombiano até chegou a fazer boas partidas – marcou um dos gols da vitória sobre o Atlético por 3 a 2, no Independência, pela sétima rodada do Brasileiro –, mas caiu novamente de produção e acabou afastado após dar uma declaração que foi interpretada como desrespeitosa ao clube.

Depois de ficar alguns meses sem jogar, o centroavante chegou a um acordo com o Millonarios, de seu país natal. Em 31 jogos, Riascos balançou as redes nove vezes.

 

Matías Pisano – Independiente (Argentina)

Valor: US$ 550 mil (R$ 1.798.500,00)

Pisano ficou em evidência no futebol argentino por dar muitas assistências por Chacarita Juniors e Independiente. Foram 34 passes em 155 partidas, além de 19 gols. O Cruzeiro, então, se propôs a pagar 1 milhão de dólares por 50% dos direitos econômicos do meia-atacante, além de perdoar uma dívida de US$ 700 mil referente ao empréstimo do centroavante Ernesto Farías ao clube argentino.

Em abril de 2017, quando o Cruzeiro já havia repassado Pisano ao Tijuana do México, o Independiente tornou pública a ação movida na Fifa para recebimento do dinheiro. A quantia divulgada à época era de 750 mil dólares, 200 mil a mais que o do balanço.
Pisano marcou apenas um gol e deu uma assistência em 14 jogos pelo Cruzeiro.

 

Luis Caicedo – Independiente del Valle (Equador)

Valor: US$ 3,33 milhões (R$ 10.791.000,00)

Luis “Kunty” Caicedo teve a contratação oficializada pelo Cruzeiro em 11 de dezembro do ano passado e assinou vínculo de cinco temporadas. À época, foi informado o investimento de 1,6 milhão de dólares em 50% do direitos econômicos do jogador. Posteriormente, a Raposa divulgou um documento no qual constava a propriedade de 60% do “passe” do zagueiro. O processo movido pelo Independiente Del Valle, no entanto, cobra um valor superior: 3,3 milhões de dólares.

O defensor entrou em campo em 24 oportunidades, mas não conseguiu se firmar na equipe, sendo criticado pela torcida por causa das atuações irregulares. Murilo assumiu a titularidade e não deixou mais o time.

Em julho, o Cruzeiro anunciou o empréstimo de Kunty Caicedo ao Barcelona de Guayaquil por uma temporada. Sua equipe foi eliminada pelo Grêmio nas semifinais da Copa Libertadores.

 

Ramón Abila – Huracán (Argentina)

Valor: US$ 1 milhão (R$ 3,27 milhões)

Ramón Ábila foi contratado ao Huracán em junho de 2016. Para isso, o Cruzeiro teve que desembolsar US$ 3,82 milhões por 50% dos direitos econômicos do atacante. Além disso, a Raposa assumiu todas as taxas e impostos da operação, que acabaram elevando o valor para US$ 4,2 milhões, dividido em duas parcelas: US$ 2,7 milhões e US$ 1,5 milhão. No entanto, o clube celeste não efetuou o pagamento da segunda quantia. Os argentinos, então, acionaram os mineiros na Fifa.

Em dezembro deste ano, o Cruzeiro teria que comprar a outra metade dos direitos de Ábila, conforme previsto em acordo com o Huracán. Antes de ser obrigado a exercer a cláusula, o clube celeste negociou o atacante para o Boca Juniors que assumiu a dúvida de US$ 1,5 milhão do Cruzeiro e repassou o centroavante por empréstimo, até o fim do ano, ao próprio Huracán.

De acordo com a imprensa argentina, o Boca aceitou adquirir a outra metade do “passe”, mas com prazo estendido para dezembro de 2020. Além de assumir o débito com o Huracán, a diretoria xeneize repassou o meia Alexis Messidoro, de 20 anos, ao Cruzeiro, até o fim da temporada 2018.

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Governo prevê salário mínimo de R$ 1.002 para 2019

Do UOL, em São Paulo 12/04/201816h44
URL: https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2018/04/12/salario-minimo-2019.htm

O governo propôs salário mínimo de R$ 1.002 em 2019, informou o Ministério do Planejamento nesta quinta-feira (12). O valor representa um aumento de R$ 48 em relação ao salário mínimo atual, de R$ 954. Com isso, o mínimo passaria de R$ 1.000 pela primeira vez.

A proposta foi anunciada durante apresentação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias do ano que vem. O ministério também projetou salário mínimo de R$ 1.076 para 2020 e de R$ 1.153 em 2021. Os valores são estimativas e ainda precisam ser aprovados.

O salário mínimo é reajustado com base na inflação do ano anterior, levando em conta o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), mais o aumento do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes (no caso, 2017).

O valor é usado como referência para os benefícios assistenciais e previdenciários, como o abono salarial, o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e as aposentadorias e pensões do INSS.

Reajuste em 2018 foi de 1,81%

Caso aprovado, o valor de R$ 1.002 para o mínimo de 2019 representará um aumento de 5,03%. Em 2018, a correção foi de 1,81% – o salário passou de R$ 937 em 2017 para R$ 954.

No início do ano, o Ministério do Planejamento afirmou que a correção do salário mínimo em 2019 compensaria o reajuste abaixo da inflação em 2018.

PIB cresceu 1% em 2017

A atual regra de cálculo do salário mínimo, que leva em conta a inflação e o crescimento da economia, é garantida por lei até 2019.

No caso de aposentados e pensionistas do INSS, a regra vale apenas para os que ganham até 1 salário mínimo. Quem ganha mais, recebe apenas o reajuste equivalente à inflação.

Em 2017, o PIB cresceu 1%. Para a estimativa de inflação, o governo considerou a previsão de 4% para o índice de inflação que consta do Boletim Focus, pesquisa com mais de 100 instituições financeiras divulgada toda semana pelo Banco Central.

A LDO define os parâmetros e as metas fiscais para a elaboração do Orçamento do ano seguinte. Pela legislação, o governo deve enviar o projeto até 15 de abril de cada ano.

Mínimo deveria ser de R$ 3.706,44, diz Dieese

A lei que criou o salário mínimo foi assinada em 1936, pelo então presidente Getúlio Vargas. A legislação definiu o valor como a remuneração mínima devida ao trabalhador, capaz de satisfazer suas necessidades de alimentação, vestuário, habitação, higiene e transporte.

Porém, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), o valor está longe disso.

Em março, por exemplo, o Dieese calculou que o salário mínimo ideal para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 3.706,44. O valor é 3,89 vezes o salário atualmente em vigor.

(Com Reuters e Agência Brasil)

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A rainha Elizabeth é descendente do profeta Maomé, afirma genealogista

Em: 04:22 PM
URL: https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/historia-hoje/elizabeth-ii-maome.phtml

E isso confirma um estudo britânico bem mais antigo

Um estudo de 43 gerações da família real britânica, publicado pelo historiador marroquino Abdelhamid Al-Aouni, deu o que falar na Grã-Bretanha. Publicado no jornal marroquino Al-Ousboue e repercutido pirmeiro pela Economist, diz que a rainha Elizabeth II — e, por conseguinte, toda a família real britânica — descende do profeta Maomé.

Aouni encontrou o ramo a partir de Fatima, a filha mais nova (ou filha única, segundo os xiitas) do profeta Maomé. Casando-se com o primo dele, Ali, deu origem a uma das mais prestigiadas (e numerosas) linhagens do mundo islâmico: a dos sayyid, os descendentes do Profeta, que hoje somam dezenas de milhões.

Segundo o estudo, tudo começa na Idade Média. A linhagem vem de uma princesa islâmica, Zaida, que era uma sayyida (o feminino de sayyid) e fugiu de Sevilha para a corte do rei Afonso VI (1040-1109). A princesa se converteu, mudou seu nome para Isabel e casou-se com o monarca. Uma de suas descdentes terminou por se casar com o Conde de Cambridge, trazendo os genes do Profeta para a nobreza britânica.

Não é realmente tão controverso: em 1986, um estudo da Burke’s Peerage, importante guia genealógico britânico, já afirmava que a rainha era descendente de Zaida. A principal dúvida levantada é de que Zaida tenha sido adotada numa família sayyid, sem ser descendente ela própria.

Vem, porém, num momento em que o sentimento contra imigrantes, principalmente islâmicos, é parte do que levou ao Brexit.

Al-Auoni, o historiador maquino, é bem mais otimista. Segundo ele, o estudo “Constrói uma ponte enter duas religiões e reinos.”

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Herdeiro do Maksoud Plaza é acusado de destruir o hotel e enchê-lo de lixo

Herdeiro do Maksoud Plaza é acusado de destruir o hotel e enchê-lo de lixo

Paulo Sampaio em 03/04/2018 04h00

A pedido da atual administração, a Justiça expediu um mandado de reintegração de posse (com uso de força policial) dos dois apartamentos em que o jornalista aposentado Claudio Maksoud mora há 20 anos. Os apartamentos foram cedidos pelo pai dele, Henry Maksoud (1929-2014), fundador do hotel. O advogado de Claudio recorreu da decisão e conseguiu suspender o mandado.

À frente da atual administração do hotel, Henry Maksoud Neto afirma, através de seu advogado, que seu tio deve R$ 2 milhões em diárias e serviços, incluindo garrafas de champanhe, sessões de massagem e uso do heliponto. Acusa Claudio de “fazer mau uso” das suítes; diz que ele as “enche de lixo” e costuma promover “episódios de destruição”. “E ainda grita de madrugada”, diz.


Cláudio Maksoud (à esq.) e o sobrinho, Henry: destruição e lixo (Fotos: Divulgação/Bruno Santos/Folhapress)

Frank Sinatra
Inaugurado em 1979, o Maksoud Plaza chegou a ser considerado o hotel mais sofisticado do País. Com 400 quartos, contava na ocasião com cinco restaurantes, cinco bares, e teve entre seus hóspedes ilustres chefes de estado, príncipes europeus e astros do cinema e da música. Em 1981, o cantor Frank Sinatra se apresentou três noites nos salões do hotel, para uma seleta platéia de 800 pessoas. Cada uma pagou U$ 1.000. Até então, quem quis assistir Sinatra no Brasil teve de fazê-lo no Maracanã.

Sangue nos olhos
Com a morte de Henry Maksoud, a disputa entre os herdeiros pelo poder ficou ainda mais acirrada. Henry Neto se juntou à segunda mulher do avô, Georgiana Maksoud, para reivindicar a presidência do hotel. Os dois apresentam um testamento assinado pelo patriarca pouco antes de morrer, outorgando tudo a eles. Cláudio e o irmão, Roberto, afirmam que a assinatura é falsa e lutam para anular o testamento.

Por meio de seu advogado, Henry Neto nega a versão de que, ao pressionar a saída do tio (que é idoso, tem problemas de saúde e recebe uma aposentadoria de R$ 3 mil), estaria na verdade tentando forçá-lo a vender a parte dele no hotel por um preço baixo.

No ano passado, Neto comprou por um valor alegadamente irrisório o terço do hotel correspondente à parte de Vera Lúcia Barbosa, filha de Henry Maksoud com uma cozinheira que trabalhou na casa da mãe dele nos anos 1950. Em 2014, Vera obteve o reconhecimento da paternidade. Neto adquiriu a parte dela por R$ 2,640 milhões, em 240 parcelas de R$ 11 mil. O valor do hotel é estimado em mais de R$ 400 milhões.

Nada demais

O advogado de Henry Neto, Marcio Casado, minimiza a importância da suspensão do mandado. Diz que ganhou todas as ações até agora, e que ganhará mais essa. Sustenta que não faz sentido manter indefinidamente um “comodato verbal” estabelecido há mais de 20 anos, e que nenhum hotel pode prescindir de dois apartamentos para sempre.

Em sua sentença, o desembargador Spencer Almeida Ferreira lembra que “o próprio autor (Henry Neto), em sua petição inicial, afirma: ‘O fato é que a empresa, durante a administração do antigo acionista majoritário (Henry Maksoud), cedeu em regime de comodato por tempo indeterminado, pactuado de forma verbal, a posse dos referidos imóveis ao primeiro réu, o qual de fato a manteve por mais de 20 anos.”

Guilherme Boulos
No processo, outro argumento em favor de Cláudio é que a ocupação média do hotel gira em torno dos 70%, e que por isso dois apartamentos não fariam muita diferença. O advogado de Henry Neto ridiculariza a sugestão de que seu cliente age por “pura maldade”. Segundo Marcio Casado, não é porque há quartos disponíveis que se vai permitir a “invasão do prédio”. Ele pergunta se quem defende isso é o “senhor Cláudio ou o Boulos” — comparando o herdeiro do hotel ao coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e pré-candidato do PSOL à Presidência da República. Henry Neto costuma afirmar que empresa é negócio e que não dá para misturar com família.

A assessoria do Maksoud Plaza distribuiu em fevereiro um press release no qual informa que em 2017 sua receita foi a melhor dos 39 anos de história do hotel. Os balanços da empresa são de domínio público e relativizam essas informações. Veja no post seguinte.

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Lula – Líder sob encomenda

Lula – Líder sob encomenda

Narrado na 1ª pessoa por Mário Bernardo Garnero – BrasilInvest, em seu livro Jogo Duro
Eu me vi obrigado, no final do ano passado, a enviar um bilhetinho pessoal a um velho conhecido, dos tempos das jornadas sindicais do ABC. Esse meu conhecido tinha ido a um programa de tevê e, de passagem, fez comentários a meu respeito e sobre o Brasilinvest que  não correspondem à verdade e não fazem jus à sua inteligência.
Sentei e escrevi: “Lula … ” Achei que tinha suficiente intimidade para chamá-lo assim, embora, no envelope, dirigido ao Congresso Nacional, em Brasília, eu tenha endereçado, solenemente: ”A Sua Excelência, Sr. Luiz Ignácio Lula da Silva”.
Espero que o portador o tenha reconhecido, por trás daquelas barbas.
No bilhete, tentei recordar ao constituinte mais votado de São Paulo duas ou três coisas do passado, que dizem respeito ao mais ativo líder metalúrgico de São Bernardo: ele próprio,o Lula. Não sei como o nobre parlamentar, investido de novas preocupações, anda de memória. Não custa, portanto, lembrar-lhe. É uma preocupação justificável, pois o grande líder da esquerda brasileira costuma se esquecer, por exemplo, de que esteve recebendo lições de sindicalismo da Johns HopkinsUniversity, nos Estados Unidos, ali por 1972, 1973, como vim a saber lá, um dia. Na universidade americana até hoje todos se lembram de um certo Lula com enorme carinho.
Além dos fatos que passarei a narrar, sinto-me no direito de externar minha estranheza quanto à facilidade com que se procedeu a ascensão irresistível de Lula, nos anos 70, época em que outros adversários do governo, às vezes muito mais inofensivos, foram tratados com impiedade .. Lula, não – foi em frente, progrediu. Longe de mim querer acusá-lo de ser o Cabo Anselmo do ABC, rriesmo porque, ao contrário do que ocorre com o próprio Lula, eu só acuso com as devidas provas. Só me reservo o direito de achar estranho.
Lembro-me do primeiro Lula, lá por 1976, sendo apresentado por seu patrão Paulo Villares ao Werner Jessen, da Mercedes-Benz, e, de repente, eis que aparece o tal Lula à frente da primeira greve que houve na indústria automobilística durante o regime militar, ele que até então era apenas o amigo do Paulo Villares, seu patrão. Recordo-me de a imprensa cobrir Lula de elogios, estimulando-o, num momento em que a distensão apenas começava, e de um episódio que é capaz de deixar qualquer um, mesmo os desatentos, com um pé atrás.
Foi em 1978, início do mês de maio. Os metalúrgicos tinham cruzado os braços, a indústria automobilística estava parada e nós, em Brasília, em nome da Anfavea, conversando com o governo sobre o que fazer. Era manhã de domingo e estive com o ministro Mário Henrique Simonsen. Ele estivera com o presidente Geisel, que recomendou moderação: tentar negociar com os grevistas, sem alarido. Imagine: era um passo que nenhum governo militar jamais dera, o da negociação com operários em greve. Geisel devia ter alguma coisa a mais na cabeça.
Ele e, tenho certeza, o ministro Golbery. Simonsen apenas comentou, de passagem, que Geisel tinha recomendado que Lula não falasse naquela noite na televisão, como estava programado. Ele era o convidado do programa Vox Populi, que ia ao ar na TV Cultura – o canal semi-oficial do governo de São Paulo. Seria uma situação melindrosa.
“Nem ele, nem ninguém mais que fale em greve”, ordenou Geisel.
Saí de Brasília naquela manhã mesmo, reconfortado pela notícia de que ao governo interessava negociar. Desci no Rio com as malas e me preparei para embarcar naquela noite para uma longa viagem de negócios que começava nos Estados Unidos e terminava no Japão. Saí de Brasília também com a informação de que Lula não ia ao ar naquela noite.
Mas foi, e, no auge da conflagração grevista, disse o que queria dizer, numa televisão sustentada pelo governo estadual.
Fiquei sabendo da surpreendente reviravolta da história num telefonema que dei dos Estados Unidos, no dia seguinte. Senti, ali, o dedo do general Golbery. Mais tarde, tive condições de reconstituir melhor o episódio e apurei que Lula só foi ao ar naquele domingo porque no vai-não-vai que precedeu o programa, até uma hora e meia antes do horário, prevaleceu a opinião de Golbery, que achava importante, por alguma razão, que Lula aparecesse no vídeo. O general Dilermando Monteiro, comandante do II Exército, aceitou a argumentação, e o governador Paulo Egydio Martins, instrumentado pelo Planalto, deu o nihil obstat final ao · Vox Populi.
Lula foi a peça sindical na estratégia de distensão tramada pelo Golbery – o que não sei dizer é se Lula sabia ou não sabia que estava desempenhando esse papel. Só isso pode explicar que, naquele mesmo ano, o governo Geisel tenha cassado o deputado Alencar Furtado, que falou uma ou outra besteira, e uns políticos inofensivos de Santos, e tenha poupado o Lula, que levantava a massa em São Bernardo. É provável que, no ABC, o governo quisesse experimentar, de fato, a distensão. Lula fez a sua parte.
Mais tarde, ele chegou a ser preso, julgado pelo Supremo Tribunal Federal, enfrentou a ameaça de helicópteros do Exército voando rasantes sobre o estádio de Vila Euclides, mas tenho um outro testemunho pessoal que demonstra o tratamento respeitoso, eu diria quase especial, conferido pelo governo Geisel ao Lula – por governo Geisel eu entendo, particularmente, o general Golbery. Dois ex-ministros do Trabalho – Almir Pazzia-notto e Murilo Macedo – podem dar fé ao que vou narrar.
Aí, já estávamos na greve de 1979, que foi especialmente tumultuada. O movimento se prolongava, a indústria estava parada havia quinze dias, e todos nós, e;xaustos, empresários e trabalhadores, tentávamos uma solução. Marcamos, no fim de semana, uma reunião na casa do ministro do Trabalho, Murilo Macedo, aqui em São Paulo. Domingo, 8 da noite. O ministro, mais o Theobaldo de Nigris, presidente da Fiesp, dois ou três representantes de sindicatos patronais, eu, pela indústria automobilística, e a diretoria dos três sindicatos operários,o de São Bernardo, o de São Caetano e o de Santo André. Reunião sigilosa. Coisas do Brasil: como era um encontro reservado, a imprensa ficou sabendo. Chegou antes de nós.

Muita tensão, muito cansaço. E como o uísque do ministro era generoso, por volta das 2 da manhã tivemos a primeira queda. Literalmente, desabou sobre a mesa de negociações o deputado federal Benedito Marcílio, presidente do Sindicato de
São Caetano. Continuamos sem ele. Por volta das 4 e meia da madrugada, fechamo s o acordo com Lula e com o outro (Pazzianotto servia como assessor jurídico do Sindicato de São Bernardo). Saem todos. Lula assume o compromisso de ir direto para a assembléia permanente, em Vila Euclides, e desmobilizar a greve. O ministro do Trabalho, aliviado, ainda teve tempo de confidenciar: “Olha, se não saísse esse acordo, teria intervenção nos sindicatos”. Fomos dormir. Quando acordei, disposto a saborear os frutos do trabalhoso entendimento, sou informado de que, de fato, Lula tinha ido direto para a assembléia. Como prometera. Chegou lá e botou fogo na massa. A greve iria continuar. Acho difícil que ele tenha feito de má fé. Sujeito maleável, sensível, ele deve ter apenas percebido que o seu poder de persuasão sobre a assembléia não era tão amplo assim. Cedeu. Mesmo sabendo que as conseqüências se voltariam contra ele, como havia dito o ministro Murilo Macedo: intervenção no sindicato, ele afastado. Foi o que se deu.
Gostaria de lembrar ao Lula’ – que me trata como um desafeto – que sua volta ao sindicato, em 1979, começou a acontecer num escritório da Avenida Faria Lima, número 888, um dia depois da intervenção decretada. Ocorre que esse escritório era o meu e que ainda guardo uma imagem bastante nítida do Lula e do Almir Pazzianotto, sentadinhos nesse mesmo sofá que eu ainda tenho sob meus olhos, enquanto eu ligava alternadamente para o Murilo Macedo e para o Mário Henrique Simonsen, em Brasília.
– Se a intervenção acabar no ato, eu paro a greve – dizia Lula.
Eu transmitia o recado aos dois ministros que negociavam em nome do governo.

– Não é possível, o governo não pode fazer isso. Pára a greve que, em quinze, vinte dias, o sindicato estará livre – me respondiam, de Brasília.
Lula foi cedendo, aconselhado pelo Pazzianotto. Mas o acordo empacou num ponto:
– Como é que vou lá propor isso à peãozada, se não tenho nenhuma garantia de que .o governo vai cumprir a promessa de acabar com a intervenção? – observou ele, cauteloso.
Confesso que também empaquei. Mas decidi arriscar:
– E se for eu o fiador? – perguntei. Era a única garantia que poderia oferecer.
– Como assim? – quis saber Pazzianotto.
– O seguinte: se o Lula não voltar ao sindicato, eu, na qualidade de presidente da Anfavea, vou a público e conto esta história, dizendo que eu também fui ludibriado. Entro nisso com vocês.

Lula pensou um minuto:
– Aceito.
Liguei para o ministro Simonsen, para o Murilo Macedo, e, depois, para o Golbery, que prometeu: “Nós suspendemos a intervenção dentro de um mês e ele volta”.
A greve terminou. A intervenção foi suspensa em dez dias. Lula voltou à presidência do Sindicato de Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, para se preparar para vôos mais ambiciosos, que eu ainda acompanho, à distância, com bastante interesse.
No programa de tevê que citei, Lula reclamava de o Brasilinvest não ter pago seus débitos. O Brasilinvest nunca deveu aos trabalhadores, nem aos contribuintes brasileiros. Naquele momento em que Lula falava, os únicos credores com os quais o Brasilinvest ainda não tinha resolvido todas as suas pendências eram uns poucos bancos estrangeiros. Curioso que o presidente do Partido dos Trabalhadores tomasse as dores de banqueiros internacionais.

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Farc viram partido político, pedem perdão e defendem governo de transição

Farc viram partido político, pedem perdão e defendem governo de transição

Em Bogotá 01/09/2017 23h39

A antiga guerrilha das Farc pediu perdão ao povo colombiano e defendeu um governo de transição para 2018, ao apresentar seu partido político, definido como “revolucionário” e “de caráter amplo e diverso”, nesta sexta-feira (1º).

Na Praça Bolívar, coração político de Bogotá, a poucos metros da sede presidencial, milhares de simpatizantes da que foi a principal organização rebelde da América comemoraram a criação do partido Força Alternativa Revolucionária do Comum.

“Abandonamos as armas para fazer política por caminhos pacíficos e legais, queremos construir com todos e todas vocês um país diferente”, proclamou o líder máximo das Farc, Rodrigo Londoño “Timochenko”.

Londoño reafirmou a proposta do grupo para um governo de transição, lançada em dezembro para apoiar um candidato presidencial nas eleições de 2018 que garanta o cumprimento do pacto de paz alcançado com o regime de Juan Manuel Santos após quatro anos de negociações. “Apoiaremos decididamente todos os que estiverem dispostos a defendê-lo (o acordo) e a impedir que o atinjam”.

“Timochenko” reafirmou seu pedido de desculpas pelos milhares de crimes durante mais de meio século de conflito armado. “Não vacilamos em estender nossas mãos em sinal de perdão e reconciliação, queremos uma Colômbia sem ódio, viemos para professar a paz e o amor fraternal de compatriotas”.

De guerrilha a partido
Horas antes, em entrevista coletiva, a liderança das Farc apresentou seu partido político, com o qual disputará as eleições gerais de 2018. A Força Alternativa Revolucionária do Comum (Farc) terá um “caráter amplo, um novo partido para uma nova Colômbia”, disse o ex-comandante guerrilheiro Pablo Catatumbo.

Será um movimento “comprometido em garantir a justiça social, a paz, a soberania, por uma reforma agrária, pela defesa dos interesses populares”, acrescentou. Mais de 1.200 delegados daquela que foi a principal guerrilha da América discutiram entre domingo e quinta-feira alinhamentos, estatutos e candidatos das Farc para a eleição, depois da assinatura em novembro de um acordo de paz.

Catatumbo explicou à AFP que os candidatos serão selecionados pela direção nacional, de 111 integrantes e eleitos no Congresso, e inscritos em novembro ante as autoridades eleitorais. O acordo de paz garante 10 cadeiras no Congresso para as Farc, cinco em cada Câmara, embora ainda devam participar das eleições.

No caso de não alcançarem as cadeiras pelo voto popular, lhes serão outorgados os necessários até que cumpram a cota acordada. Entre os pré-candidatos da ex-guerrilha há comandantes guerrilheiros como Catatumbo, Carlos Antonio Lozada, Iván Márquez e Victoria Sandino.

Os rebeldes definiram na quinta-feira o nome que substituirá o das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, que utilizaram desde o seu surgimento em 1964, e o logo do partido, uma rosa vermelha com uma estrela no meio e a sigla das Farc em verde.

“Entramos na vida política legal porque queremos ser o governo ou fazer parte dele”, disse Iván Márquez, chefe negociador dos rebeldes nos diálogos com o governo de Juan Manuel Santos. Segundo Márquez, as Farc serão “pragmáticas” e, além de defender as questões que apoiaram durante os 53 anos de luta armada, buscarão “garantir a implementação do acordo de paz”.

Para isso, procurarão “uma grande coalizão democrática de ampla convergência, construída a partir de alinhamentos compartilhados e compromissos mútuos”, afirmou, sem dar detalhes dos partidos e organizações com os quais poderão se aliar.

Os dirigentes rebeldes declararam que para o seu novo partido convocarão populações camponesas, jovens, operários, mulheres maltratadas e excluídas, intelectuais, ambientalistas, membros de comunidades étnicas, entre outros.

Em um país historicamente dominado pela direita liberal e conservadora, o novo partido manterá a defesa de suas antigas bandeiras: justiça social, reforma agrária e educação e saúde gratuitas e universais. Mas o caminho não será fácil: a maioria dos colombianos relaciona a sigla Farc aos milhares de crimes atribuídos à guerrilha em meio século de conflito armado e os rebeldes têm uma imagem desfavorável para 80% da população.

 

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Posted by Alvarenga Milton in History