Itaipu gera 20% da energia consumida pelo Brasil

Em: 22/04/08 – 13h02 – Atualizado em 22/04/08 – 13h07
Por: G1
URL: http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL420846-9356,00-ITAIPU+GERA+DA+ENERGIA+CONSUMIDA+PELO+BRASIL.html

Mais de 25 anos após a sua inauguração, a usina hidrelétrica de Itaipu Binacional continua a maior responsável pelo abastecimento energético brasileiro.

“Ela é responsável, hoje, por cerca de 20% da energia consumida pelo país”, dimensiona Secundino Soares Filho, professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação da Universidade de Campinas (Unicamp).

A usina, inaugurada em 1982 a um custo atualizado de cerca de US$ 16 bilhões, só começou a gerar energia dois anos depois. Em 2000, atingiu seu recorde de produção, de 93.428 GWh. Segundo a Itaipu Binacional, sua capacidade de potência instalada é de 14.000 MW.

O total da energia produzida por Itaipu no ano passado – 90.620.003 MWh – forneceu 19% da energia consumida no Brasil e abasteceu 91% do consumo do Paraguai, país que é sócio do Brasil na usina. Essa produção seria suficiente para suprir por 71 dias todo o consumo de energia elétrica brasileiro. Uma energia indispensável, segundo Soares Filho. “Se cortar 20% da energia do Brasil, não tem solução.”

A energia gerada pela usina e destinada ao mercado brasileiro é transmitida pela Furnas Centrais Elétricas até o estado de São Paulo. Lá, ela é ‘misturada’ com a gerada por outras usinas e distribuída para todo o sistema, que engloba as cinco regiões brasileiras.

A disputa

A produção da usina está no centro dos discursos do presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo. O ex-bispo quer rever o contrato da usina, que pertence aos dois países. Pelo acordo atual, fixado em 1973, a produção da usina é dividida igualmente entre Brasil e Paraguai.

A divisão da usina entre os países é feita até fisicamente: metade das 20 turbinas da usina gera energia em 60 hertz, na freqüência brasileira, enquanto as outras dez geram em 50 hertz – a freqüência paraguaia.

O documento também prevê que a energia não aproveitada por um dos dois países deve ser vendida, prioritariamente, à outra parte. Como o Paraguai utiliza apenas 5% da energia gerada por Itaipu, os outros 45% são repassados ao Brasil – o significa dizer que mais de 8% da energia consumida pelo Brasil é comprada do país vizinho.

O que Lugo quer discutir é o preço pago por essa energia, considerado baixo. Ele alega que os US$ 300 milhões pagos pelo Brasil anualmente são irrisórios e que o valor deveria somar entre US$ 1,5 a 2 bilhões.

“Esse valor está indexado ao dólar. E como ele vem ‘derretendo’, o que o Paraguai está recebendo em termos reais vem caindo”, diz o professor da Unicamp.

De acordo com ele, mesmo que o Brasil tenha que pagar mais pela energia comprada dos paraguaios, ela ainda será mais vantajosa que outras formas de geração. “A usina de Itaipu, mesmo que aumente, ainda é barata para o Brasil”, diz.

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Posted by Alvarenga Milton

November 27, 2018